KAMAMAVE

 
Explicação


O Nome do Planeta é Goya, do sistema planetário de Orsün, da galáxia de Ýtrion, onde Três sóis fazem uma triangulação em movimento anti-horário, sendo circulados por sete planetas. Goya é o 4º mais próximo e o 5º em tamanho.

A Galáxia – Ýtrion

Sistema Planetário – Orsün

Os Sóis: Héllis - Tarnack – Dhavos: Três Estrelas de 5ª Grandeza, iguais ao nosso Sol. Em formação Tríade em movimento anti-horário em torno do eixo imaginário que existe entre si.

Os Planetas: Ordem dos planetas do mais próximo ao mais distante da Tríade: Vulcon – Grasnick – Frígia – Goya – Vesthar – Glacyus – Tarculon.

Ordem dos planetas segundo o tamanho crescente: Vulcon – Tarculon – Goya – Glacyus – Frígia – Grasnick - Vesthar.

Planeta – Goya

Luas: Irina e Ofélia, distante uma da outra meio hemisfério.

Continente – Ürlock.

Oceano – Tlântys.

Cadeia Montanhosa – Cordilheira de Malfus cortando Ürlock ao meio, separando-o em dois subcontinentes.

Cidade Mística da Lenda Antiga dentro do vale – Têmplus – com Yturiel, rei dos templares, seres meio humanos, meio místicos. Cidade essa, extinta com a queda do meteoro.

Vale entre a cordilheira – Antes da queda do meteoro, “Vale Templar”, depois da queda e do extermínio, “Vale dos Esquecidos”.

Nações de ürlock:

Solaris – Terra dos Humanos;
Ellderan – Terra dos Elfos;
Mellrock – Terra dos Anões;
Tiezakron - Terra dos Orcs;

Dragões: Crássius – Dragão Branco, que originou a Grollick e Hellvrock. Depois de expurgar o mal de dentro de si. O grande dragão branco deixou de existir, gerando a Grollick, (dragão azul-escuro, que representa a paz, o cosmos), e Hellvrock, (dragão vermelho-escuro, representante da guerra, o caos).

Se Hellvrock for morto Grollick também morrerá, destruindo todo o universo conhecido e a essência da vida. Não podendo ser morto, a única saída era a união dos Mestres das Nações com o encantamento Austro-Mitral, ensinado por Grollick a KAMAMAVE, descendente da família dos Veríssimus.

Ascalon – Zona neutra, uma dimensão perdida criada dentro da cápsula estelar para poder aprisionar a Hellvrock.

 

Prelúdio


Na galáxia de Ýtrion, no sistema planetário de Orsün, é onde Goya se encontra, com suas filhas Irina e Ofélia, luas que circulam o planeta com uma distância de metade de um dia uma da outra. Goya é um santuário de tremenda beleza, iluminado por Héllis, Tarnack e Dhavos, estrelas que propiciam a vida ao continente de Ürlock, uma mega porção de terra circundada pelo oceano de Tlântys. Tendo uma enorme cordilheira, a Cadeia Montanhosa de Malfus, com picos e montes que ultrapassam os sete mil metros e que cortam Ürlock ao meio, deixando uma pequena margem de terra firme em ambas as bordas do continente, separando Tlântys das terras altas.

Existe também o continente de Talghust, pouco conhecido, havendo apenas relatos distorcidos sobre a sua existência. Entre essa cadeia montanhosa de Ürlock existe um grande vale, hoje conhecido como o Vale dos Esquecidos, nome herdado pelo fato de ser uma área de localização incerta e de uma morte extremamente rápida, pelos gases tóxicos que lá existem e por toda a espécie viva e não viva, extremamente venenosas, que habitam aquele lugar.

Tudo ocasionado pela queda de um meteoro e da aparição de uma grande e maldita fera que flagela os vilarejos com a sua cólera até os dias de hoje.

Mas nem sempre foi assim. Em tempos muito antigos, antes da queda da pedra maldita, aquele vale era conhecido como o vale Templar, devido à cidade que existiu há milênios atrás naquela região, era chamada de Têmplus, a cidade dos místicos, seres meio humanos, meio divinos, que viviam sob as ordens do rei Yturiel, ente sábio e organizador da paz e da sabedoria em toda a região que era dominada pelos Têmplares, seus moradores.

Devido a cor dourada, Têmplus tinha um brilho ofuscante devido aos feixes de luz que vinham direto da tríade solar e do reflexo que ela recebia do topo coberto de neve das montanhas, fazendo os moradores das terras baixas olharem extasiados para o topo da cordilheira onde era possível observar as luzes refletidas semelhantes à aurora da tríade. Muitos foram movidos a fazer essa viagem para dentro do grande vale, ou por curiosidade, ou pelo desejo de aventura, haviam aqueles que iam apenas para ganhar status, milhares foram envolvidos por essa ideia, mas dificilmente era ouvido algum relato sobre alguém que tivesse voltado de seus domínios. A tarefa era árdua, o viajante tinha que superar os picos de Malfus, os mais altos de Ürlock, chegando aos 7.800 metros acima do nível do mar, e depois descer 2.300 metros até chegar ao caminho que levava ao vale, estreito, sinuoso e cheio de veredas de destinos incertos, que impossibilitava o viajante de ver a origem dos reflexos, do brilho da cidade de Têmplus, dessa forma, era fácil perder o rumo e a vida já que, sequer o retorno era fácil de encontrar, com o ar rarefeito da região, o clima sem chuvas e extremamente frio, tendo apenas a umidade do degelo que escorria das montanhas até os pontos mais baixos como bebida, praticamente não havia nada que servisse de base de suporte a vida.

No entanto, reza uma lenda antiga, de mais de 5 mil anos, que um humano conseguiu chegar ao Vale Templar, viveu por um século e, depois da grande extinção, retornou para as cidades baixas e contou das belezas que lá em cima existiam, seu nome era Kaio Maurus Máximus Veríssimus, de Solaris, a Cidade dos Humanos, um ser de grande estatura e de força descomunal comparado aos seus iguais. Ele descreveu as terras dos Têmplares, assim como a descrição de suas características humanas e místicas num só corpo, da magia e da força que usavam para ataque e defeza, e dos grandes jardins e árvores que rodeavam a cidade.

Muitos dos que fizeram a viagem não voltaram porque decidiram ficar e viver como um nativo da região, eles chegavam aos portões de Têmplus, em sua maioria, em farrapos e maltrapilhos, exauridos pela peregrinação. Os que passassem vivos pelos portões da Tríade Solar, nome dado devido o simbolo dos 3 sóis que havia no topo do portal, como ornamento, tinham as energias revigoradas e o salvo conduto de Yturiel, rei de Têmplus, para viver no local. Virando seres alados como os próprios têmplares, depois de um século de vivência na cidade, com base na honra, na paz e na simplicidade. Kaio Maurus foi um deles, que todos os dias ia para fora do seu vilarejo e ficava encantado com aquela cena no topo das montanhas. Quando atingiu a maioridade ele fez a viagem, com o consentimento da sua mãe, (seu pai era desconhecido, não se sabia quem ele era e o que foi feito dele), essa viagem durou 1 ano, após muito sofrimento, ele conseguiu chegar aos portões da Tríade e a Cidade Dourada, sendo recebido pelos têmplares, fixando moradia por 1 século naquela região.

Os anciões dizem que, quando Kaio Maurus retornou a Solaris, mesmo aos 128 anos, estava jovem e sadio como quando partiu, sendo que ele chegou vestido numa armadura dourada da cabeça aos pés, tinha asas com mais de 3 metros de envergadura, mas estavam quebradas, o que impossibilitava o seu voo. Os aldeões olhavam para ele pasmos, pois nunca haviam visto, assim como os demais povoados das terras baixas, um cidadão da Cidade Dourada. Seu retorno aconteceu após a queda de um grande meteoro na Cordilheira de Malfus, meteoro de cor vermelho escuro, e fez o brilho ofuscante do topo das montanhas desaparecer diante uma coluna de poeira, que escureceu tudo no topo das montanhas, não houve estragos nas cidades baixas, mas todos se perguntavam o que havia acontecido com o grande brilho que lá existia.

Foi então que Kaio contou, em profunda tristeza, o que aconteceu com a Cidade de Têmplus e o vale Templar e que sacudiu os nervos de todos, deixando estarrecidos e apavorados, não apenas os cidadãos de Solaris, mas todos os seres vivos do Continente de Ürlock.


 

Capitulo I



Kaio contou aos anciões daquela época longínqua que, a cidade estava em festa por mais um cidadão ter chegado a um século de estadia e por sua passagem a um verdadeiro cidadão têmplar e por ter ganhando as asas da justiça, nesse meio tempo, uma luz vermelha apareceu no céu, ficando a cada instante maior, até que ardeu em fogo e atingiu o centro de Têmplus, destruindo o palácio real, matando Yturiel e sua familia, além de ter destruido tudo num raio de 1 kilômetro do centro da cidade. Aquele meteoro na realidade era uma cápsula onde se encontrava uma fera, um dragão, chamado de Hellvrock, os guerreiros têmplares tentaram em vão destruir o Dragão do Caos, seu poder era descomunal, sem comparativo, ele destroçou todas as forças bélicas e devorou a todos que haviam pela frente, em menos de uma hora não havia mais nada do que era antes, a cidade de Têmplus.

Sem defesas, Kaio Maurus viu tudo ir ao chão, não apenas a cidade, mas a própria família, todos mortos, todos destruídos, no entanto, quando Hellvrock ficou de frente a ele, houve uma batalha de proporções cataclismicas, pois o poder em Kaio era muito forte, mas a fera era muito poderosa e, depois de algumas horas de batalha, o novo guerreiro Têmplar estava exaurido, ele conseguiu ferir a fera, mas ela se curava instantaneamente, ele não. Já sem energias, ele caiu próximo ao portal da Tríade Solar, esperando o golpe fatal da fera, em vez disso, o dragão não o matou, ele usou Kaio como mensageiro, para espalhar o medo para os demais, entrando em contato telepático, a fera pode saber de todos os detalhes referente aos povos daquele planeta e de outras características do lugar em que havia chegado, com essa conexão ativa, o guerreiro também pôde ver o que havia na mente da besta, nesse instante, o medo tomou conta do seu corpo, o ar fugiu dos seus pulmões, ele descobriu que a essência de Hellvrock era muito mais malévola do que ele supunha, ele descobriu que a origem de todo mal foi o motivo para que aquele dragão vermelho viesse a ser criado.

Hellvrock, o dragão vermelho-escuro da constelação de Píton, nada mais era do que a essência do mal, retirada da alma de Crássius, o dragão branco cintilante que era a essência do bem e do mal. Grollick, o dragão azul-escuro, da constelação de Bóreas era a essência de todo o bem e criador do universo conhecido. Quanto a Crássius, ser pouco conhecido, uma lenda que gerou muitas outras lendas, desejava criar um universo onde todas as raças pudessem viver em harmonia, mas isso não seria possível, a não ser que ele fosse da mais pura essência, caso contrário à energia da criação não teria o devido equilíbrio, dessa forma, ele passou séculos a expurgar o mal que habitava dentro do seu íntimo até se dividir em Hellvrock e Grollick, ambos travaram uma luta violenta entre si para estabelecer quem dominava a força, um embate que durou anos e que culminou com a vitória de Grollick, como não havia forma de matar Hellvrock sem que ele mesmo viesse a morrer, por magia, foi criada uma cápsula para que o dragão vermelho-escuro fosse aprisionado por toda a eternidade na zona neutra de Ascalon, dimensão escura que havia dentro do receptáculo onde a besta fora aprisionada.

Depois dessa batalha épica e do aprisionamento, Grollick o enviou para o espaço profundo para que nunca mais voltasse ao centro da criação. Então, o grande dragão azul-escuro, num bater de asas, gerou a explosão que criou o universo onde hoje vivemos sendo então o guardião da paz, do amor e da simplicidade, por toda a eternidade.

Acontece que, por distorções gravitacionais, algumas centenas de milhares de anos depois da criação, a cápsula retornou do universo profundo e começou a viajar entre as galáxias, numa deriva entre as estrelas até que, passou a circular pela galáxia de Ýtrion, nas proximidades de Orsün, que, por uma colisão entre alguns meteoros, fez com que o objeto viesse a colidir com Goya, no continente de Ürlock, destruindo o vale Templar.

Como o monstro se alimenta do medo que existe nas pessoas, ele deixou Kaio fugir para que espalhasse a noticia entre os aldeões num efeito dominó. E, de tempos em tempos, descia da cordilheira de Malfus para atacar e devorar tudo o que encontrasse pela frente, um tempo de muito sofrimento que fora chamado de período das trevas.

Após os relatos de Kaio aos anciões, Hellvrock começou com as suas investidas nas terras baixas, não havia lugar em que não houvesse prantos e muita dor, pois em todos os vilarejos, haviam pessoas que tinham perdido amigos, ou em outros casos, famílias inteiras, clãs que deixavam de existir, florestas extintas, jardins e pessoas que eram pulverizadas com as chamas e os feixes de luz incinerantes que saíam respectivamente da boca e dos olhos da besta infernal. Todo aquele que ficava frente a frente com a fera, ou virava cinzas ou era devorado, não havia escapatória.

Mesmo em total revés, Kaio Maurus tentou retornar ao vale Templar, ele tinha perdido a energia das asas, por elas estarem quebradas na base,  junto a coluna do jovem Têmplar, mesmo assim, seguiu o seu destino, para tentar derrotar a fera em seu novo habitat, mas havia um problema, Hellvrock não poderia ser morto, já que, segundo a lenda, ele  representava a metade que, junto com Grollick, formavam a Crássius o Dragão branco-cintilante da justiça. Se um fosse morto, o outro morreria instantaneamente, gerando uma reação em cadeia que faria com que todo o universo criado deixasse de existir, voltando tudo ao caos e negrura, aspectos do períodos anterior ao da criação.

Kaio Maurus não tinha outra opção senão a de enfraquecer a fera para recolocá-la na cápsula de onde ela saiu e tentar recriar o selo que a mantinha aprisionada na zona neutra de Ascalon. Mas as tropas não conseguiram ultrapassar os picos da cordilheira de Malfus, apenas Kaio e sua armadura têmplar passaram pelo topo, junto de alguns soldados e, num gesto heroico, pediu que os sobreviventes retornassem enquanto ele desceu para dentro do vale para nunca mais ser visto.

Desde então, já se passaram mais de 200 anos de dor e sofrimentos para todos, pois era quase impossível derrotar Hellvrock, não apenas pelo fato de que, tinham que superar os picos da cordilheira e entrar no vale Templar, que passou a ser chamado de vale dos Esquecidos, devido aos milhares que ali entraram para tentar, em vão, derrotar o monstro e nunca mais serem vistos, pois tinham que sobreviver a uma nuvem tóxica, criada por Hellvrock, para sua defesa, nuvem essa que destruía o sistema respiratório e criava feridas na pele que, em poucas horas, deixavam os ossos a mostra, sem contar o terreno, antes fértil, agora como uma espécie de terra vermelho amarronzada, com extensas regiões de areia movediça e toras de árvores mortas que, em contato com a pele, envenenavam o corpo do ser, matando-o em minutos e uma infinidade de pequenos monstros, criados pela besta a partir dos corpos apodrecidos de tudo o que entrava naquele vale, que se alimentavam de todo o ser vivo que entrasse naquela região. O lugar tinha um odor extremamente fétido. Por isso, não havia outro meio de existir se não fosse com sentinelas em prontidão para alertar os povoados das terras baixas de uma provável chegada da fera em alguma malfadada aldeia do continente de Ürlock.
 
******continua*******
Mauro Veríssimo
Enviado por Mauro Veríssimo em 20/01/2014
Reeditado em 15/03/2018
Código do texto: T4657357
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