O HOMEM QUE NÃO PODIA NADA
Quando ia abrir a boca, um estrondo abafou a sua voz. Queria saber, simplesmente, onde estava o homem-que-podia-tudo.
Ficando sem resposta, começou a procurar. Mas ele era o homem-que-não-podia nada. Seria difícil - ou mesmo impossível - encontrar-se com o homem-que-podia-tudo.
E mesmo não podendo nada, continuou a procurar. Olhava pro Céu à procura de um sinal, pois não podia se elevar e, de cima, vislumbrar a varanda aconchegante, serena e tranqüila - o que lhe facilitaria a procura.
Enquanto caminhava, sua cabeça se esforçava pra dimensionar o pedido que faria ao homem-que-podia-tudo.
O que pediria a esse gênio?
O homem-que-não-podia-nada, com certeza, teria uma surpresa no final de sua jornada - o homem-que-podia-tudo renunciara ao poder, antes de conhecer o altruísmo.