A crise dos "Rolezinhos"
O Brasil de Dilma vive uma crise social de identidade, autoridade e legitimidade.
Identidade, porque já não sabe mais quem é seu povo. Se não são os ricos do petróleo ou os “pobres do rolézinho”.
Autoridade, porque ninguém sabe mais o que é a justiça. A polícia tem mãos de ferro para bater no povo revoltado que paga impostos, mas trata muito bem os condenados “Doutores do Mensalão”.
Legitimidade, porque está dando as costas justamente a quem lhe concedeu o poder. Aqueles cujos filhos não podem mais entrar nos shoppings da zona sul.
A propaganda e o discurso contrastam com a falta visível de programas sociais e educacionais.
As manifestações contra a corrupção iniciaram uma nova forma de liderança popular, do tipo que não precisa de bandeira partidária, basta um bom motivo.
Os “rolezinhos” são o efeito de lideranças jovens que buscam espaço, perspectiva e atenção.
As pessoas perderam o medo do afronto e vão em direção ao Brasil desenvolvido e próspero dos shoppings.
Para quem acredita em “sinais dos tempos”, penso que estamos num tempo que sinaliza o despertar de uma classe que foi promovida de D para C porque é economicamente interessante, mas a devida educação não lhes foi aprimorada o suficiente para perceber a manipulação do marketing capitalista.
No Brasil, ainda reza a lenda que melhorar de vida e como pessoa é ter mais poder de compra.
Talvez seja por isso que os jovens dos “rolezinhos” não vão às igrejas, praças públicas e muito menos nas escolas protestar, mas sim na porta dos shoppings, onde parece estar o sonho de consumo e convivência dos ricos e pobres consumidores brasileiros.