ALÕ ! COMO VAI VOCÊ?
Alô! COMO VAI VOCÊ?
Assim inicia um dialogo interrompido a uma semana, um mês ou dez anos. Este fato esta acontecendo com muita frequência.
Muito embora estarmos na era da difusão informatizada na maior parte do planeta. Esta é uma ligação banalizada. Esteja você nos EUA, na França, na China, no Nepal, em Nairóbi ou outra parte de qualquer continente você pode fazer uma ligação instantânea falar e ouvir a outra pessoa com clareza. No entanto embora inundados de tecnologias a nossa disposição a qualquer hora em qualquer dia do amanhecer ao por do sol. Isto não é novidade para ninguém neste mundão que se tornou, por isso, um mundinho, pequeno em comunicar-se com pessoas.
Mas o incrível é que a cada dia nosso coração está se distanciando do outro, que muitas vezes esta no cômodo ao lado de onde estivermos, nesta hora o celular que não tem coração é usado na comunicação com esta pessoa. Por ser simples e fácil de usar é mais cômodo do que dar vinte passos para falar diretamente. Mas não é aqui que quero chegar.
Nós que temos pais vivos, tios, primos, sobrinhos, cunhados, afilhados, diversos amigos, espalhados por cidades, estados e países. Diga-me a quanto tempo não os vemos? Há quanto tempo não ligamos ou até mesmo passamos um e mail para eles?
Um membro da família e você não saber como ele está, quantos filhos tem, quem são seus filhos em que formaram se já casaram, se estes também já têm filhos. E mais um monte de interrogações que você deletaria com um simples telefonema.
Na época do império só se comunicava através de cartas escritas a mão e que levavam dias ou meses para chegar ao destino; mas as pessoas tinham satisfação em enviar e ficar na espera da resposta. Mas esta quando chegava chamava-se os familiares e um deles lia em vós alta para que todos soubessem das novidades.
Hoje apenas se digita o numero da pessoa ou mesmo já esta cadastrado e basta localiza-lo e aperta uma tecla e se ouve e se fala com ela.
Mas é incrível o esforço psicológico que a pessoa tem que fazer para tomar e realizar esta iniciativa.
A gente não imagina a satisfação que o outro sente em receber uma ligação sua, nem que seja de três minutos de ligação. Assim que você desliga sai às pressas para contar para os outros que você acabou de ligar e conta o teor da conversa, ainda com um sorriso de satisfação no rosto.
É difícil, é complicado, é desconfortável, para os mais tímidos, mas faça um esforço e liga para aquela pessoa que a muitos e muitos (meses, anos) você perdeu o contato. Depois desta ligação você vai se sentir bem e quem recebeu mais ainda. No final você verá que não foi uma coisa do outro mundo e nem foi tão desgastante assim.
Vou te contar uma pequena historia a alguns meses eu sai apressado de carro para resolver uns problemas no centro da cidade. Passando por uma rua ví um grande amigo do tempo de solteiro, à quem não via já a um certo tempo, e morávamos na mesma cidade. Ele tinha descido do carro e aberto a porta para esposa que já estava de pé perto dele. Por que eles estavam do lado da rua, por cautela olhou meu carro que ia em direção a eles e me reconheceu eu também. Ele me acenou com a mão e eu pus a cabeça para fora da janela e o saudei: Olá tudo bem com vocês. Ele só me acenou com o dedo de positivo. Eu mais que de pressa segui meu caminho. Dois dias depois me telefonaram que ele tinha tido um infarto e tinha morrido. Fui ao seu enterro, mas durante o tempo que estive lá me culpava de não ter parado o carro e conversado com eles nem que fosse por alguns minutos. Como teria sido prazerosos estes minutos que neguei a eles.
Não custam tanto dedicar minutos de seu tempo falando com uma pessoa que você estima.
Vale mais que um capitulo de novela ou uma partida de futebol, que consome duas horas do seu dia.
sSantAna 19/01/2014 (Drakcon)