O CONTADOR DE CARNEIROS
Era uma vez um homem que, desde menino, acostumara-se a ver a vida pela janela. Esperava sempre as condições ideais para fazer aquilo que sonhava fazer – a maneira mais objetiva de nunca fazer nada.
Como o tempo não para, ele também ficou velho, como ficam velhos todos, ou quase todos, meninos.
Ainda lhe restam forças para fechar a janela, tomar o elevador e, finalmente, caminhar. Mas de que lhe vale este fiapo de vigor, se ele não aprendeu a atravessar a rua?
Melhor cerrar a cortina. E contar carneiros. Como sempre fez.
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