Para você

Sair de você foi muito difícil, eu me conformei mas não esqueci, aceitei por não ter outra alternativa, fui forçada a não olhar para tras e seguir sem você.

Mas sinto raiva da maneira com que forçou o encerramento, acho que vai ser difícil te perdoar, acho que foi a demonstração indiferente que me causou mais impacto.

Você se retirou e não me disse o porque, sim eu já sabia, mas queria que colocasse para que eu pudesse avaliar, foi covarde ao sair e me deixar sozinha.

Hoje não sei mais se aprender é tornar-se imune, ter resilience ao próximo que virá.

Quando me torno mais resistente, me torno mais calculista, me torno mais racional, então a probabilidade de entrega fica comprometida.

Nós dois nos tornamos fantasmas da saudade do outro, sei que iremos arrastar correntes por muitos anos nos porões.

Eu não deixo mais a lembrança desaguar para o recanto da emoção, elas não se juntam mais, quando penso em você logo trato de espantar a tristeza, eu não vou maris gestar esse mal estar dentro de mim, não tenho prazer na dor.

Quando eu desci ao famoso fundo do poço não foi descendo degraus, eu me joguei, eu precisava e preciso encontrar a porta de emergência, se tiver que ficar tateando no escuro por mais um tempo que seja, pois preciso virar minhas costas e te corresponder com a mesma indiferença.