Roleta-Russa

Recentemente viajei para a cidade de Recife. Final de ano, festas, muita gente na estrada com seus carros potentes, pressa para chegar a seus destinos. Na verdade e diante das notícias de inúmeros acidentes na estrada, confesso que estava apreensivo e, de certa forma, com medo de enfrentar uma viagem tão longa, mais de mil e duzentos quilômetros. Mas, enfim, encarei o desafio. Foi uma viagem maravilhosa, tivemos a oportunidade de passar pela Chapada Diamantina [Bahia], conhecer as praias de Recife e adjacências. Famosas, como “Porto de Galinhas”, “Maria Farinha” e “Boa Viagem”.

Mas, não quero falar da viagem em si. Porém do desafio e dos perigos que enfrentamos no dia a dia das viagens por este país maravilhoso e lindo que é o nosso Brasil. A tecnologia permitiu ao homem a construção de carros muito potentes e carros de baixa potência. Imagino que quem possui um carro excelente em termos de velocidade e conforto precisa, igualmente aos que têm carros menos potentes, como o meu, ter muito mais prudência no trânsito. Na verdade, não é o que acontece.

Vi, durante todo o percurso, verdadeiras loucuras. Ultrapassagens espetaculares em locais proibidos. Caminhões bi trens ultrapassando outras carretas antes de curvas, colocando em perigo a vida das pessoas sem o menor pudor. Estradas muito boas, por sinal, em todo o nordeste brasileiro, principalmente na Bahia, em Alagoas e em Pernambuco. Um convite ao excesso de velocidade. Alguns trechos pequenos sendo reparados com buracos que exigem dos motoristas cuidados redobrados, perícia ao volante e redução da velocidade.

Não entendo por que uma pessoa que tem um automóvel potente tenha que cometer o desatino de ultrapassar em locais proibidos. Parece que tirou sua habilitação por telefone, ignorando completamente a sinalização horizontal, praticando uma verdadeira “Roleta-Russa”, contando com a sorte e colocando a vida de centenas de pessoas em perigo durante uma viagem que tem tudo para ser maravilhosa. Sugiro que as autoridades de trânsito fiscalizem melhor as estradas, tirando de circulação esses imprudentes ou aplicando multas que verdadeiramente causem prejuízo material aos infratores. Só assim poderemos viajar com mais tranquilidade.