Além das Fronteiras

Para todos da comunidade eu era a filha mais nova do Pastor e jamais a não ser a irmã Augustina sabia a verdade pois em um momento de desabafo minha mãe tinha contado a sua história triste que fora estuprada e que ficara grávida deste ato pecaminoso só que para a irmã meu pai adotivo o pastor teria um ato de compaixão e me amaria como se fosse sua filha quando ela percebeu a situação já era tarde demais os mal tratos já tinha deixado marcas que jamais eu esqueceria ou entenderia pois tudo o que eu perguntava pra Deus era o por quê de ser diferente de meus irmão que qualquer coisinha era castigada a irmã tentou várias vezes conversar com ele mais não surtiu muito efeito tanto que a última vez ele pediu pra ela se meter com sua vida e deixar a vida da família dele em paz já que ela não dera conta da sua filha que saíra da cidade mal falada.

Minha cabeça doía muito devido as pancadas de ontem mais o que mais me doía era saber que minha mãe que me gerou durante nove meses não tinha nenhum amor por mim também não iria critica-la já que deveria ser cruel pros dois olharem em mim e ver talvez a imagem do animal que acabou com a vida deles os sonhos e tudo mais eu era um estorvo de repente me lembrei as palavras que Gustavo com meu pai sobre seu nome a zelar ele jamais iria tomar um compromisso com uma família destruída pela mancha de um escândalo mesmo que não fosse do conhecimento geral ele jamais iria cumprir o que ele me prometeu aliás ele tinha cumprido sim, mais ele não esperava saber a verdade tão cruel de mim da minha origem e nem poderia ficar com Rebeca pois poderia minha história denegrir a sua imagem que ele tinha pois ele era considerado em muitas igrejas e seu ministério só tinha acrescer mais dependendo da esposa que ele escolhesse Gustavo já tinha feito algumas viagens para fora do Brasil mais seu lugar preferido era a Amazônia naquela tarde enquanto conversávamos ele me revelou parte de seus sonhos, assim então eu não teria a condição de ser uma esposa que ele precisasse.

_____ Filha não fique assim tudo vai ficar bem._____Disse a irmã tentando acalmar meus soluços

Assim que ela verificou se a surra que eu tinha levado ontem não tinha quebrado nada ela disse que precisava ir embora por quê tinha muito serviço na igreja devido estar desfalcada de uma irmã que estava doente e agora eu naquele estado de hematomas enquanto não sarasse não poderia sair.

Fiquei pensando por um momento será que sararia mesmo será que ele não veria me bater de novo enquanto via a irmã saindo pela porta do quarto tentei me levantar mais estava ainda meio zonza só pensava em dar um jeito de conversar com ele pois ainda acreditava no seu creia.

Dois dias depois ousei me levantar depois que a irmã veio cuidar de mim abri a porta do meu quarto devagarzinho pois ela fazia um barulhão tentei ouvir ruídos ainda era cedo não escutei nada as vezes parecia que podia escutar do outro lado da rua era uma sensação meio que esquisita não ouvi nada então ousei dar alguns passos para fora do meu quarto a casa parecia vazia fui até o quarto de meu irmão a janela como sempre destrancada então não resisti e a pulei queria pensar um pouco antes de tomar qualquer decisão queria pensar o quê iria dizer pra Gustavo também eu não poderia ir pelo caminho convencional pois ninguém poderia me ver então peguei um atalho que as vezes costumava a pegar junto com meu irmão Lucas assim que pulei a janela atravessei o quintal dos fundos da casa e forcei uma tábua da cerca que separava de um matagal de capim imensos entrei no matagal e logo em seguida peguei uma trilha de terra misturada com lama enquanto caminhava os capim iam me cortando um pouco quando consegui atravessa-lo estava me coçando também.

Então consegui chegar a uma outra trilha de terra com lama mais só que desta vez tinha que andar nas beiradas pois onde estava a lama era meio que fundo pois ali na verdade era uma espécie de córrego que quando chovia enchia aquele trecho e os desavisados acabavam se atolando nela finalmente alcancei as árvores da lagoa e logo adiante se via uma relva muito verde em volta algumas pedras e adiante a lagoa a qual ia chorar minhas lágrimas quando alcancei a lagoa não esperava encontrar ninguém mais ali estava ele pensativo no mesmo tronco onde tínhamos estado conversado a alguns dias

_____ Ana _____Talvez ele não esperasse me encontrar ali ele olhava meio que de lado como se tivesse com medo de sermos surpreendidos

____ Gustavo ______ Corri pra seus braços mais ele não me abraçou e me afastou de si me segurando pelos cotovelos.

_____ Não Ana não devemos se mantenha distante por favor ____Disse ele olhando ainda como se tivesse medo.

_____ Eu não entendi o que está acontecendo? Você mudou de ideia?_____ Perguntei sabendo pela atitude dele que era realmente o que eu imaginava

_____ Eu sinto muito Ana acabei te dando esperanças, e depois de tudo que o Pastor me confidenciou em segredo eu tomei a decisão de voltar pra São Paulo onde tem uma igreja que quer contribuir pra que eu viaje para a África para trabalhos de evangelização_____ Disse ele tentando se desculpar

Não podia mais conter minhas lágrimas

_______ Eu já imaginava isso______ Disse a ele enquanto passava a mão pelo rosto machucado para conter as lágrimas.

_____ Ana eu sinto mesmo mais eu não posso assumir um compromisso desse jeito será que você vai um dia me desculpar_____ tentando se desculpar sem graça passando a mão pelo cabelo como se tivesse errado enormemente.

____ Olha Gustavo por mim tudo bem eu entendo que você não queira assumir um compromisso comigo não se preocupe vai fazer sua viagem sossegado eu jamais vou te culpar de nada talvez em seu lugar pra manter o seu bom nome faria a mesma coisa ______ Disse-lhe enxugando o restante das lágrimas que teimavam em descer pelo rosto me aprumei desejei-lhe uma boa viagem e virei as costas sem esperar por sua resposta.

Segui pelo caminho onde desembocava alguns canos enormes por onde desciam as águas das comportas ali havia uma espécie de córrego bem fininho mais que quando as águas desciam levavam tudo que tinha a sua frente sentei-me bem ali iria esperar as águas virem e me levarem aí tudo teria um fim não existindo não seria uma vergonha pra eles...

Hellen Grayson
Enviado por Hellen Grayson em 17/01/2014
Código do texto: T4654014
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