Despedida com o sonho de Adamus

Despedida com o sonho de Adamus





Vamos sair numa pequena jornada. Vamos sair de férias. Sim, vocês sozinhos de férias. Vocês estão em casa, fazendo as malas, escolhendo as roupas no armário, reparando que não compram nada há muito tempo. Temos duas opções:

a. Levem o que tiverem.

b. Quando são gentis consigo mesmos – quando compram algo pra si, sem culpa e mesmo sem compartilhar com ninguém, quando compram pra vocês mesmos –, de repente, toda a abundância está aí. Simples e incrível.


Arrumaram as malas? Sim, roupa de banho. Vocês provavelmente não precisarão de desodorante, porque não vão andar por aí com ninguém. Bermudas, camisetas. Vocês não precisam de muita coisa. Vão pra um lugar agradável, sozinhos.

Sabem por que o caminho de Deus é estreito? Porque foi projetado para caber somente vocês, individualmente.

Vocês pensam: “Bem, mas tenho filhos, marido, trabalho...”. Muito provavelmente, (ainda não contaram), mas querem que vocês saiam um tempo.

Então, façam as malas. Isso, fechem elas direito e firme, e peguem o passaporte. E, se não tiverem um passaporte, façam um agora mesmo. Pfft! Yo Soy El Punto. (Eu Sou o Ponto) Façam. Façam já.

Vocês devem saber disso.

O saber já está aí. Não virá de uma base mental. Em outras palavras, vocês estão acostumados a essa sensação de formigamento no cérebro, quando pensam sobre algo. Vocês acionam algo no cérebro. Vocês pensam no futuro, no ano que vem, no mês que vem, e o cérebro trabalha pra resolver as questões. Esqueçam isso. Vocês vão entrar no saber.

O saber é a resposta que já está aí, a solução que já está aí. Vocês não vão ouvir uma voz.

Abram as passagens. Inacreditável! São passagens de primeira classe! Sim, por que não?

Vocês pegam a limusine pro aeroporto, e não essas vans que levam outras oito pessoas amontoadas. Uma limusine. Só pra vocês. Vocês olham pra frente da limusine. Parece que tem dois quarteirões de comprimento.

Vocês chegam ao aeroporto. Estão na primeira classe, não precisam esperar na fila.

Passam direto. Entram no avião. Huh! Ninguém mais lá. É só pra vocês.


Respirem bem fundo e vamos em frente aqui. Vamos decolar rumo a regiões desconhecidas, diferentes de qualquer lugar na Terra, mas ainda assim quentes e ensolaradas, com praias e palmeiras

Chegamos lá – um lindo, lindo bangalô só pra vocês. Casual. Tranqüilo. Algumas pessoas estão lá esperando pra atendê-los.
Estão lá pra cuidar de tudo, mesmo antes que vocês saibam que precisam de algo, seja um copo d’água, uma refeição, papel higiênico extra, o que for. Elas sabem, antes de vocês sequer perceberem que precisam de algo.

E vocês se sentam um instante, só olhando o belo oceano, esse lindo lugar pra onde vocês saíram de férias; é um desses momentos “uau”. “Uau.” Sem culpa. Sem preocupações. Apenas “uau”.

É assim que a vida deveria ser. Com certeza, cem por cento. Não abrindo mão do que a vida deveria ser. Porque aqui estão vocês neste paraíso. Tudo está aí e vocês sentem paz consigo mesmos. Vocês sentem como se merecessem isso. E merecem. Não veio às custas de ninguém. Vocês mereceram.

Vocês precisavam rejuvenescer o corpo. Precisavam sair um pouco da energia frenética, louca, da Terra. Vocês não precisam fazer nada nestas férias. Não precisam resolver nada, nem entrar numa dieta, ou meditar nem nada disso. Vocês só aproveitam o que quiserem.

Dormem tarde, porque é tão bom sentir a brisa morna entrando pela janela aberta. Se levantam, andam pela praia, comem pão – um pão quentinho, saído do forno, com muita manteiga e geléia. Bebem algumas xícaras extras de café, sem se preocupar com isso. Oh! É assim que é pra ser a vida.

Andam até a cidadezinha. Todos são simpáticos com vocês. Tratam vocês com honra e respeito. Hum. É a primeira vez, num bom tempo, que isso acontece.

À noite vão a uma festa. Foram convidados por alguns moradores, e é divertido. Há uma indizível sensação de estar à vontade. Realizados. Vocês dançam. Bebem. Comem. Riem. Contam piadas. As pessoas se reúnem, gostam de ficar à sua volta.

Vocês fazem um gostoso passeio no final da noite, nesse ar morno tropical, sem nem mesmo se preocupar se alguém vai pular de uma rua transversal e assaltá-los. Não vai, porque vocês estão seguros.

Então voltam para o bangalô, se deitam e têm o mais lindo dos sonhos, um sonho do Eu Sou. Sem perseguição, sem combates nem guerras, sem arrependimentos nem remorsos, e sem esquecer a combinação da tranca do armário. Apenas um lindo sonho tranqüilo do Eu Sou.

De repente, vocês acordam desse sonho e percebem que não é um sonho, de fato. Não é. Esse Eu Sou é a realidade. Vocês percebem que todo o resto é que era um sonho. Todas as lutas, toda aquela vida limitada – a pressão, a dificuldade e o pensamento –, tudo isso é a ilusão. O sonho do Eu Sou é que é real.

Vocês têm esse momento inspirador. Vocês correm pra encontrar papel e caneta. Vocês não levaram nada disso com vocês, mas de repente, simplesmente, está lá, na primeira gaveta, e vocês começam a escrever no seu momento de inspiração sobre o sonho que é real, sobre o Eu Sou, sobre o saber, sobre tudo estar aí no momento certo, sobre uma vida sem poder, sem força nem dificuldades, sobre uma vida de amor a si, sobre uma vida de abundância e uma vida de respostas, sem perguntas. Uma vida de alegria e liberdade, sem nenhuma limitação.

Vocês escrevem.

Esse escrever não é aquele repente compulsivo, automático, frenético, vocês não vão ter contato com seus guias espirituais. Eles foram embora há muito tempo. Não suportaram a pressão. Partiram. Vai ser com vocês mesmos.

Vocês não vão ver um flash de luz néon na mente. O saber é muito sutil, mas muito equilibrado.

O saber nem sempre se manifesta quando vocês acham que deveria se manifestar.

Ele se manifesta no momento exato, no momento certo, e aí vocês sabem o que fazer.

Quando esse saber chega, vocês o sentem. Não duvidem dele.

E escrevem e escrevem, tudo à mão.

Não no computador, mas à mão. Vocês escrevem sobre a simplicidade, sobre todas as coisas estarem aí. Vocês escrevem sobre a conexão com o Eu Sou, sobre o fato de que esta não é uma discussão filosófica. Não é um conceito. Não é um jargão da nova era. Isto é real. Está aí. São vocês. Sempre vocês.

Vocês escrevem pelo que parecem dias, mas sem estresse nem esforço. As palavras fluem pro papel. Há uma alegria em escrever isso, em manter a conexão com isso.

E, depois de alguns dias, está pronto. O fim. Vocês assinam “Eu Sou o que Eu Sou”.



(Imagem: Norman Rockwell)
Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 17/01/2014
Reeditado em 29/04/2021
Código do texto: T4653638
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