Um dia estaremos juntos novamente...

Engraçado sempre achei , sei lá, que escrever um diário ou qualquer coisa parecida era coisa de jovem. Mas existem coisas que não conseguimos falar para alguém seja seu amigo ou amigo, filhos, pais, etc.

Sentimentos que estão em nossa vida, coisas que se passou, coisa que aconteceram. Agora que vivo só, às vezes me pego falando sozinha, fazendo observação sobre algum programa ou filme na tv, claro sem obter resposta daquilo que estou questionando e muitas vezes começo a dar risada.

O mês de dezembro sempre foi muito importante na minha vida, por ser Natal e também pelo meu aniversário e do meu avô Natal, as festas eram muita comemoradas tanto o dia de Natal como o dia de ano.

Lembro com o se fosse hoje, a família toda reunida, tias, tios e primos de vários lugares a casa de minha avó ficava cheia de gente, criança correndo para todo lado. Naquela época não tinha ceia de Natal, a gente ia dormir cedo, mas antes colocávamos o sapato na janela esperando pela visita de papai Noel trazendo nosso presente pedido pela cartinha, que minha mãe escrevia comigo e minha irmã. Nem sempre ele trazia o presente desejado, mas a alegria era tanta de ver um pacote na arvore de natal que até esquecíamos o presente desejado. Nesta época vida de meus pais era muito difícil, sem condições para comprar presentes caros. Quando eu tinha oito anos eu pedi uma bicicleta de duas rodas sem saber quanto custava. Meus pais compraram uma bicicleta usada, mas em bom estado, meu pai pintou da cor vermelha que eu queria, ficou linda e novinha e meu coração quase explodiu de tanta felicidade.

Coisas importantes aconteceram no mês de dezembro, comecei a namorar o José Horácio no dia 10 de dezembro de 1966, eu já o conhecia de vista, toda vez que eu ia para a escola de corte e costura, ele vinha para casa almoçar e assim cruzávamos o mesmo caminho e olhares, sem saber que éramos quase vizinhos, morávamos na mesma rua em quarteirões diferentes. Éramos sócios do mesmo clube sem nunca termos nos visto. Até que aconteceu um baile pré-carnaval e nos encontramos e começamos a namorar (naquele tempo não ficava) namorava-se, ficava noivo e casava.

Como eu dizia, as coisas importantes continuaram a acontecer em dezembro, casamos um ano depois no dia 23 de dezembro em 1967, o dia mais feliz de nossas vidas.

Obrigada Deus por ter me dado 45 anos de casamento feliz e completo sou uma mulher de sorte, deu-me a felicidade de tê-lo ao meu lado minha vida toda e sempre estarmos juntos, meu primeiro e único amor, curtindo cada dia, cada minuto. Guardo na lembrança e no coração momentos vividos com você. Este amor que começou na juventude e se transformou no decorrer do tempo, um amor maduro, amigo, confiante e leal, a cumplicidade na vida, este amor que se completou com a vinda de nossos três filhos.

Este amor que juntos vimos nossos netinhos nascerem e renovar em nós a alegria de sermos crianças novamente e fortaleceu mais o amor de nossa família. Um amor que amadureceu com o tempo, nos fazendo companheiros e cúmplices de toda uma vida.

Um dia estaremos juntos novamente...

JÔ ANDRADE
Enviado por JÔ ANDRADE em 16/01/2014
Reeditado em 16/01/2014
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