NÃO ESTAMOS SÓS
Ysolda Cabral
Depois de uma noite extremamente calma e repousante, sem sonhos e sem pesadelos, acordei disposta, feliz e cheia de planos para o dia. Calmamente, e só um tantinho preguiçosa, me levantei e alonguei me olhando no espelho. Gostei do que vi! Gostei de verdade. Sorri para mim e corri para não perder a hora de ir trabalhar. Se ficasse de lezeira isso iria acontecer. Não me incomoda perder nada, até porque muitas perdas são ganhos extraordinários e que nos levam a relevantes aprendizados para a vida e para o nosso próprio crescimento. Entretanto, perder a hora para algum compromisso eu não me perdoaria. Não é coisa boa e nem aconselhável.
Saí de casa com tempo suficiente de espreitar o dia lindo, e, como o mês é de férias, com trânsito tranquilo, cheguei antes da hora. O expediente correu normal, sem nenhuma dificuldade maior. Almocei no mesmo horário, no mesmo restaurante e na minha companhia de sempre e de todo dia.
Durante o almoço liguei para minha filha – a essas alturas doida pra ser bahiana – e conversando, entre sorrisos e lágrimas de saudades, me dei conta do quão rápido ela cresceu.
De repente fiquei triste... Me senti tão só!
Respirei profundamente, sacudi a cabeça para afugentar pensamentos desagradáveis e foi então que senti um Vento, vindo não sei de onde, acariciar os meus cabelos.
Eu não estava só!
Recife-PE
Em 15.01.2014
Hora da sesta