EDUCAÇÃO A ZERO
EDUCAÇÃO A ZERO
Está mais do que provado, que as autoridades ligadas à educação, não dão a mínima para ela. Um em cada oito jovens é analfabeto no Nordeste do Brasil. O cérebro é considerado o órgão da inteligência, que controla a parte motora, sensorial e intelectiva do homem. É o instrumento que traduz a mente, manancial de nossos pensamentos, já afirmavam os estudiosos da medicina humana. Sabe-se também, que uma vida de sofrimentos, miséria, preocupações, estresses, medo, e principalmente a fome acarretam sérios prejuízos para os neurônios humanos. Neurônios cansados, neurônios mortos, a inteligência se esvai! O maior problema do nordestino talvez não seja o analfabetismo, mas a miséria e a fome, que lhe tira todo o ânimo para estudar e quiçá trabalhar. A criança faminta é morta! Além da fome e da verminose, o sofrimento diário, os maus tratos, a convivência com a sujeira, lama, insetos, roedores trazem-lhes prejuízos para sua saúde. Muitos nordestinos se alimentam do que encontram nos lixões das cidades. Casos raros são noticiados e considerados miraculosos. Uma criança percorrer 12 quilômetros para freqüentar uma sala de aula, é ato de heroísmo e bravura. O mais hilariante é que o ministro da educação, Fernando Hadadd, se mostrou horrorizado com a estatística. Será que as crianças e adolescentes nordestinos moram em casas de luxo e têm as mesmas regalias que o ministro?
O que ganha um professor não dá dignidade para exercer sua profissão com denodo e dedicação. Muitos deles percorrem léguas e léguas no lombo de um jumento para exercer sua função de educador. O transporte escolar no interior é improvisado, e quem dele se utiliza corre risco de vida. Infelizmente para os brasileiros, o Nordeste seria a zona esquecida do Brasil, senão vejamos: “se na região nordestina, a taxa de analfabetismo de jovens entre 15 e 29 anos é de 12,5% e nas demais regiões brasileiras, a média é de 2,6%, concluímos que o nordestino adota a roça como escola para não morrer de fome e sede”. “Isso e inadmissível, O Nordeste não pode mais conviver com taxas de analfabetismo de jovem, sobretudo, nesse patamar”. (DN 26/04/2007-Última Hora). Estimado ministro, deixe a demagogia de lado e venha ver de per se, como sofrem as crianças no interior nordestino e principalmente as que freqüentam salas de aulas. Tanto nas capitais como nos longínquos rincões do sertão nordestino. As prefeituras não têm orçamento para a educação e os prefeitos estão de pires nas mãos. Inacreditável, mas é pura realidade!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ACADÊMICO DA ALOMERCE.