Comensais da maldade
Nada de idéias e pensares maldosos, guarde o veneno, morda a língua para engolir as suas gotas maledicentes. Saiba a história por completa, para tirar proveito dos acontecimentos. Sei que, o julgar está intrínseco na inconsciência doentia de cada homem ou mulher, mas, vá lá, leia, vislumbre o fato...
Álvaro beberica um whisky, vou fazer melhor e escrever no português, uísque, enquanto, sorve os goles, sua personalidade vai se decompondo..., homem de palavras poucas, sente a língua efervescer, ficar comprida..., conta fatos interessantes para os ouvidos comensais da maldade! A festa vai se decompondo, também, graças as suas confissões...
Maldade, quem não a conhece de pertinho..., que jogue a primeira pedra no nosso personagem falastrão! Lá, pelas tantas, todos na bobeira pela bebedeira não o ouvem mais, aos seus pés, somente, Lélia, o ouve, procura algo que, possa redimi-lo quer salvar o seu amor, quer salvar; o que há de melhor naquele homem!
Um por um dos convidados vão saindo, afinal, a noite não é mais uma criança, o sol já desponta pelos lados do Cemitério da Saudade!
Lélia cochila aos pés de Álvaro e ouve a palavra redentora...
“Ele vai ser meu marido, graças a essa palavra tão bela!”
Vira, vira, virou..., mais uma festa, mais confissões de Álvaro, aos seus pés, lógico, Lélia!
“Uma única palavra me levou ao altar há dez anos atrás...”.
Todos os maledicentes de plantão perguntam uníssonos: “Qual?!”.
“Ela que me levou a forca!”
Impacientes, mordem a língua para retirar o veneno...
“Qual?!”
“Notívago!”
Todos gritam em sinfonia: “Notívago?”
“Notívago!”