“Paródia”
“Paródia”
Será que se tem algo a dizer?
Essa é a grande pergunta, na qual, a resposta vem em forma de “paródia”, porém, não no sentido pejoro, todavia, em uma nova “releituras” das coisas.
Mas, é importante sempre se perguntar.
Quem me autorizou a dizer o que direi?
Que voz é essa que fala sem nome?
A história é resultado de textos e é contada por, apenas, uma voz.
O que direi é vencido ou vencedor?
Entendo que devo tomar o discurso e compreendo que é pluri e, também, vive em mim a voz do poder. Estou à mercê da dispersão de sujeitos descontínuos; eus.
Escreverei de onde?
De que espaço bradarei?
Sou eu ex-centrico; margem.
O que farei caminhará para o paraliterário?
Há sempre algo a se repetir!
A arbitrariedade é libertada na literatura; livre estão os sentidos.
Choro um mar! A metáfora é por excelência. Eu sou a própria metáfora.
Fico feliz quando me desconheço amiúde; dessa maneira, percebo que vivo em movimento.
Vivo no real e imaginário, passeando pelo vivo e morto e entendendo que a palavra está em sua vingança.
Sabendo de tudo isso, contarei uma pequena história, na qual, o herói é o anti-herói; aquele que não tem olhos de algoz e, tampouco, a força do colonizador. Sua verdade é logo e inventada, para o momento, sendo assim, ele diz o que tem que se dizer; já. Esse anti-herói é fronteiriço e vive, em não-lugares, apontando para o lugar-vazio e retirando os refugos humanos para vociferarem às diferenças.
Esse anti-herói canta a paródia de outrora e analisa o estabelecido através de vestígios deixados, mas procurando, sempre, ouvir a outra voz que foi cerceada.
Há sempre algo a ser dito!
Peço licença à palavra e entro em seu mundo de significantes.
Eu represento o que quero dizer; apenas.
Sou eu uma invenção!
Eu não existo, mas penso!
Não tenho algo a dizer!
Alguém que diga o que eu disse e outros disseram e dirão depois de mim.
Recolham sentidos sentidos e façam uma nova “paródia”.
Tudo é paródia!
Todo sentido se encontra no exterior e não no centro.
Saber é saber que o que se sabe é consequência de vestígios.
Mário Paternostro