Aventureiro dos mares.

Pus meu barco ao mar e pouco à pouco fui me perdendo em sua imensidão. Tão azul e fascinante era! Não sei quantas léguas haverei de navegar e nem quanto tempo se passará até que volte novamente ao meu ponto de partida, onde deixei as pessoas que tanto amo.

Na vida de um pescador, a luta pela sobrevivência lhe obriga a correr enormes riscos. Mas não fui à procura de peixes. Fui descobri que terra há do outro lado do oceano e que gente nela habita.

Horas se passaram e já estava quase no entardecer e então senti que as tempestades se avizinhavam. Os ventos de incertezas sopravam forte. Aos poucos, as nuvens cinzentas obscureciam os raios de sol.

Ouvi fortes trovões e clarões riscavam o céu. A tormenta chegou com grande força. Lembrei-me dos tempos de infância, ao ouvir certa vez um velho jangadeiro contar da lenda do marinheiro que pescou um peixe de quase dois metros após velejar por mais de 1 mês sem ter contado com a ajuda de quem quer que seja!

Segurava em minha mão direita uma bússola, tracei de imediato uma rota de navegação. De súbito, uma onda se abateu sobre o meu barco e descuidadamente deixei-a cair nas águas turbulentas e imediatamente veio à mente a desesperança de um dia alcançar a firme terra de onde partira e da terra para onde desejava velejar. Teria, a partir de então, de me guiar por intuição. Contra o vento, direcionei as velas e velejando, fitei para o horizonte, almejando chegar ao lugar da qual não deveria ter saído naquele momento e esta experiência traumática não me fez mais o mesmo que era até então, no início de tal jornada épica.

Conclui que somos movidos por sonhos ou vaidades e que muitas vezes não enxergamos o perigo que corremos ao agir por força de impulso.

Caio Ferro
Enviado por Caio Ferro em 13/01/2014
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