Texto para um dia de boleros. (rascunho)

Essa personalidade quase consciente percebe o que uma outra sente. Eu também reajo aos seus boleros tristes. Parece ser na intenção de sofrer tudo hoje e seguir a semana bem. Domingo sempre é complicado – como é difícil para ele percorrer o asfalto a caminho de casa e não ter lembranças. Talvez por isso prefira não sair.

Imagens de muros riscados por amor, danças que poucas vezes se concretizaram, resposta que o tempo ainda não deu. Sim, parece haver prazer em sofrer e uma vontade que está tão próxima e ao mesmo tempo tarde demais. Preferia não acompanhar suas lembranças: a cabeça dói, o peito sufoca, chegam perguntas sem respostas e os olhos se enchem de lágrimas.

Vejo as feridas de um amor que por tanto tempo se desfrutou e da devida maneira não foi cuidado. Hoje, das almas que tanto se aproximaram, restou somente um sabor para ser lembrado. Vaidade, incapacidade, enfim... Mesmo que passe mil anos, aqui, no além ou em qualquer forma de eternidade, ele se julga capaz de morrer de amor para tentar reviver já que não sabe passar como o tempo. Ele morre um pouco a cada dia.

OBS- Agradeço aos boleros que ouvi. Depois posto as referências.

Alexandre Menezes
Enviado por Alexandre Menezes em 13/01/2014
Reeditado em 13/01/2014
Código do texto: T4647292
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