1 - CARROS DE COMBATE
Desde a antiguidade os exércitos se utilizaram de veículos, em apoio aos combates em campanha, o Cavalo de Troia e catapultas com rodas poderiam ser um precursores dessas máquinas de guerra.
Mais recentemente nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais os carros de combate ganharam sofisticação tornando-se decisivos na vitorias e nas derrotas, mas a imponência desses veículos atingiu o ápice na própria Segunda Grande Guerra, embora as do Golfo tenham extrapolado o avanço tecnológico, prefiro os da Segunda, pelo exemplo de sofisticação e força, mas jamais como máquinas de matar.
Na infância estes veículos despertavam minha curiosidade quando as tropas do 8º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado passavam por Belém Novo na direção do bairro lamí, a curiosidade que se acentuou, depois que passei a folhear os primeiros exemplares da revista "Life".
Do canto da memória estes carros repovoaram minha vida lá pelo ano de 1978, quando o Gerente do Banrisul, de Rio Pardo, o Sr. Pretry comparou-me com um destes veículos, coisa que de prima não me agradou, pois com isto fiquei meio tempo no banco.
Era um sábado nublado, corria no campo de futebol sete do 2 º BPM um torneio, quatro equipes: da Polícia Civil, Brigada Militar, dos bancos Sulbrasileiro e Banrisul.
De inicio o Gerente do Banrisul saltou na frente reivindicando um gol de vantagem se o carro de combate saísse jogando, resultado fui parar no banco e emburrado.
No intervalo o jogo virou 2 X 1 para eles, então fui chamado e viramos o jogo, 3 X 2, não que eu tivesse feito um gol sequer, mas evitei uns quantos, dava gosto de ver, no campo pelado de tantos jogos, a poeira levantava e eu num entrevero com dois ou três adversários saia com a bola deixando um caído, outro examinando os beiços e de quebra alguém coçando a canela, tudo na maior lealdade, alguns batiam-me, mas eles é que saiam com as canelas chiado, bons tempos.
Assim foi por um longo tempo, o carro de combate sempre guerreiro, até que o motor do carro de combate fundiu, era muita nicotina, 45 injeções diárias de nicotina.
Exatamente no primeiro dia de setembro de 1999, deixei de alimentar a máquina com a tal nicotina.
Embora os canhões e metralhadoras estejam desativados ele ainda ronca quando aponta nas esquinas.
Fico me indagando qual deles eu seria: um Sherman, um Tiger, um Leopard?
- Se pudesse preferiria um Abrams.
Do Livro: A força de cada um
2013 - 2014