Perto dos 27

Começo esse texto me justificando, talvez por que ter sido muito precoce em quase tudo, se explique essa minha atual "preguiça".

Comecei a sair para festas, quando tinha 13 anos, com minha prima que é 3 anos mais velha que eu. E sem que a minha mãe e a dela soubessem é claro, atrás de um aniversario de uma amiga, estávamos em uma festa. Minha primeira festa, nunca esqueci.

O bar se chamava Bar Rock e o Macucos, uma banda de reggae muito famosa na época, animava a festa, que onde a mais nova seria a minha prima, nãoo fosse a minha presença precoce ali.

Todos tinham entre 18 a 20 e tantos anos, muitas bebidas, cigarros, e outros tantos tipos de cigarros.

Lembro de olhar um pouco assustada para aquilo tudo, mas minha prima dizia que era assim mesmo que estava tudo bem.

E assim foi minha primeira festa um choque tão grande que nunca mais esqueci, lembro em detalhes da roupa que estava.

Talvez naquele mesmo ano, essa tenha sido minha unica saída de verdade, mas foi quando descobri o gosto por sair.

Assim no ano seguinte, com 14 anos e me achando completamente conhecedora do mundo, comecei a sair com muito mais frequência. Agora com minha mãe sabendo, ia para festivais, shows e etc.

Mas, acompanhada sempre de vários amigos, da minha prima ou da minha irmã.

Assim foi indo e a cada ano saia mais. Festivais, forros, reggae, boate (falsifiquei carteirinha de estudante, para ter 18), micareta, shows, carnaval, calouradas, festas universitárias.

Ia a tudo, até coisas que não me compete o gosto. Era só dizer que era festa que eu estava dentro.

Aos 17 sai sozinha pela primeira vez, meu pai achava que meus amigos já estavam me esperando dentro, mas não, assim curtir o show do Alceu Valença.

E foi nesse momento que percebi minha independência, vi que era completamente independente.

E percebi que de alguma forma iria começar a desbravar o mundo também.

Os anos foram passando e com namorado, com amigos, ou sozinha saia, curtia viajava fazia tudo.

Foram uns 10 anos de muito gás saindo para tudo quanto era lugar.

Quando cheguei ao Rio, então com 19 anos, o rio era quase um outro pais pra mim. Virei "rata" da lapa dos forros, dos shows dos sambas.

Com os anos fui ficando cada vez mais seleta e saindo de fato para os lugares que gostava, mas, na mesma quantidade e intensidade de quando não selecionava.

Aos 23 a bateria foi esgotando, a vontade de ficar em casa aumentando, a preguiça de sair cada vez mais latente. E em conjunto algo muito curioso, o foco da minha profissão foi ficando cada dia mais nitído e minha energias foram cada dia mais sendo canalizadas somente para isso.

Foi um conjunto de fatores e a partir dai, ir ao cinema passou a ser meu quase único programa favorito, de vez em nunca sentar em um bar com os amigos.

Com 24 ainda ia muito ao forro que gosto muito, mas enjoei. Ainda vou aos shows de bandas que gosto, mas, tenho que gostar mesmo.

Hoje aos 26 ficar em casa com namorado, ver filmes Fritz Lang, Hitchcock, ouvir clube da esquina ou qualquer outra boa musica, ir ao cinema, fazer um macarrão a óleo e alho um domingo a noite, ir a uma exposição no CCBB, dar uma volta na praia no sábado de manha, dormir a tarde, sÃo as coisas que verdadeiramente amo.

Virei fã numero 1 de aproveitar o dia e dormir bem a noite.

Talvez seja nova pra dizer isso, mas, perto dos 27 essas são as coisas que mais me divertem!

Barbara Marques
Enviado por Barbara Marques em 11/01/2014
Reeditado em 06/09/2014
Código do texto: T4645036
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