Velhice a tenra idade!

Sinceramente não entendo por que chamam os jovens de “tenra idade”. Tenro sou eu que já estou nos sessenta, que se sento no sofá todo molengo sem mais aquele furor de furação que são os jovens. Eles não se aquietam, levantam, caminham, correm para o futsal, tropeçam pelas namoradas, e elas de vestidos de algodão para os mais novos e mais velhos, arrebentam o coração. Meu cardiologista não disse, mas tenho certeza de que a maioria das doenças coronárias dos chamados de terceira idade é culpa da primeira!

Na primeira idade a gente não se preocupa com a alimentação, come de tudo que aparecer e sem preocupação com mesa atoalhada, pode ser até em pé, buxo ou filé. Na segunda a coisa muda, a gente já se preocupa se alimento foi lavado, se está conservado, e se tem o selo do de inspeção! Quando comemos fora de casa vai-se aos “fast-foods” com reservado. Lugar público nem ver, nós passamos achar feio qualquer um nos vendo comer, nem que seja rápido!

O dicionário Aurélio, diz que tenro é algo “mole, brando e macio”. Já sou mole, para que dizer que não? Sou brando como o meu coração cheio de brandura e uma válvula metálica. Sou macio, até necessito de um regime para acabar um pouco da maciez. Tenro, pode ser delicado ou mimoso? De delicado não sei, mas meus netos já me chamam de “vovô mimoso”.

O dicionário diz também que tenro á algo fresco, sai para lá! Que não me atribuam alguma frescura, por favor. Viçoso ainda admito pois estou no viço e permaneço no vício! Que vício? O vício de ver as universitárias passar em frente de minha casa. Por isto acordo bem cedo, e me lembro do ditado; “olhar com os olhos e lamber com a testa”. Sabemos que se lambe com a língua, essa da testa não sei onde arranjaram!

Só não concordo com o dicionário quando também define por tenro o que tem pouco tempo, eu já tenho muito tempo, faz tempo! Por tanto não posso também concordar com a definição de “recente” e nem com o “novo”. E por fim discordo quando o Seu Aurélio diz que tenro é “pouco crescido”. Ora murcho pode ser, mas pouco crescido nunca foi!

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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, mora na rua onde há uma populosa faculdade, se alegra em ver tantos jovens. Rapazes e moças tenros querendo vencer na vida!