Duas Notícias de Hoje
Oito governadores no Brasil com processos de cassação por irregularidades cometidas deverão concluir seus mandatos tranquilamente por não terem sido julgados. Constatada a presunção dos ilícitos, tais governadores deveriam ser logo afastados de suas funções, somente a elas retornando se comprovada a sua inocência. Mas isso não é o ideal brasileiro.
Esse estímulo à impunidade tem obviamente repercussões catastróficas no seio da sociedade. Pelo mau exemplo. Os governadores não são pessoas melhores que ninguém. Normalmente são piores. Em função de todas as vantagens e prerrogativas de que dispõem. Que deixam de um modo geral a pessoa humana sem condições de lhes resistir à tentação. Sobretudo se pensarmos no fato de que fomos criados, desde a tenra idade, sob a ótica de que “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Outra notícia interessante é a que se relaciona à possível detenção do deputado João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados do Brasil. O presidente do STF negou o provimento de recursos em seu favor. Condenado pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, depois do STF não existe nenhuma outra corte a que o deputado possa se dirigir para tentar o impedimento da sua imediata detenção. Só que para que ela ocorra, é necessária a ordem de prisão. Que não ficou pronta a tempo de ser assinada pelo presidente do STF antes de ele entrar de férias. Numa demonstração de que em nosso país ou as coisas não são feitas ou são feitas pela metade.
A ministra Carmem Lúcia, que responderá interinamente pelo STF na ausência do Joaquinzão, terá até o dia 20 de janeiro para assinar essa ordem. Após o que será substituída pelo ministro Lewandowski. Se por algum nebuloso motivo, que só os magistrados entendem ou podem explicar, a ministra deixar de fazê-lo, o deputado João Cunha corre o vantajoso risco de não ser preso, já que o ministro Lewandowski, em vários momentos do Mensalão, atuou como um verdadeiro advogado dos réus.
São delícias de notícias nessa manhã.
Rio, 08/01/2014