Crônicas e Cronistas

Lá pelos lados do “Mirante dos Infinitos” procuro as histórias que povoam meus personagens sempre vestidos a caráter pelas mãos do escritor “Caio Silveira Ramos”, também, ele, um dos personagens mitológicos, mensageiro dos deuses, nas suas mãos no lugar do caduceu, segura as palavras, estas, sim, instigantes, provocadoras..., dando o ar da graça nestes meus dias em que a angustia permeia os carretéis enrolados pelos fios da alegria, tentando sabotar a vida com as feições horripilantes de Hefesto, forjando em mim a tristeza!

Busco encontrar nas leituras que faço algo além, comensal que sou das saborosas escritas, dando aquele sabor fantasioso em meu mundo, onde, a realidade às vezes tão dolorida marca a ferro e fogo minha carne! De repente, me vejo andando sobre meus dedos dos pés a procura dele... então, encontro: “O gato dentro de mim”, no seu andar felino, as voltas com “M. Dupont White” lendo suas anotações escritas numa brochura em francês para “Marcelo Batuíra Losso Pedroso”, dedilhar nas teclas do computador, ágil, numa performance demonstrativa de “espírito de equipe”, em uma tradução simultânea para os meus ouvidos e olhos de leitora! Atena, a gata, selvagem, consegue num pulo caçar as palavras em pleno vôo para fazê-las pousar no papel e deixá-las marcadas em negrito, o sangue das idéias dos autores!”

“Entre palavras e coisas” passeio por “Livros e Lugares” dando voltas pelos autores, alguns deles velhos conhecidos..., visito pelas mãos do escritor-filósofo “Marcio Mariguela”, os sonhos utópicos de conquistas da Madame Bovary, eu, uma piracicabana, sempre atenta aos questionamentos, busco a opinião do autor sobre a discussão nos meios intelectuais sobre “Biografia”, em que a vida de alguém pode ser contada e publicada por algum escritor interessado na sua história. Lendo as “Biografias”, escritas por Mariguela, lembrei-me de um fato sobre o assunto, acontecido na Flip em 2013, ouvi o escritor Ruy Castro dizer: “O biógrafo deixa de existir como pessoa! Ele se muda para a vida do biografado e a busca pelos mínimos detalhes se torna uma coisa doentia.”

“Entre palavras e coisas” revisito Sartre na “Conferência de Araraquara” em plena discussão com os estudantes no seu afã intelectual contra as forças capitalistas... Pelos meus olhos passam nomes memoráveis, através dos seus escritos no jornal: Nietzsche, Freud, Marx, Lacan, Simone de Beauvoir, Bachelard, Foucault..., neste macrocosmo de intelectuais um desponta mais, marcando em versos livres toda maldição da sua poética, ele, o reinventor do amor e da angustia, escreveu certa vez: ”Assim, minha tristeza voltando sempre, e me achando mais perdida aos meus olhos - como a todos os olhos que quisessem me encarar, se eu não tivesse sido condenada para sempre ao esquecimento de todos!” Arthur Rimbaud imprime na sua precocidade intelectual a importância da leitura para não condenar os escritores e seus escritos ao esquecimento. Alves, Bueloni, Chagas, Faganello, Leitão..., no Jornal de Piracicaba, trazem e fazem a “palavra: imortal!”