Blecaute.
Otávio Henrique de Oliveira. Destacado cantor da MPB. Abrasileirado Blecaute.
Primeiro disco gravado;” Eu agora sou casado”. Primeira participação no cinema; “Tristezas não Pagam Dividas.”
Tinha o personalismo de “ O General da Banda”
Penso que há um racismo velado na mente e no coração das pessoas, não dão o devido valor aos artistas negros. Alguns sobressaem para embaçar o preconceito sórdido e silencioso na sociedade brasileira.
Blecaute deixou uma obra vastíssima em compactos e participações em alguns LPs. Sem falar em suas grandes participações no cinema. Seu sonho era gravar um LP, resgatando suas músicas carnavalescas de maior sucesso, mas nenhuma gravadora topou realizar o seu projeto.
O apresentador César de Alencar o apresentava assim na Rádio Nacional: “ Agora com vocês, aquele cantor loirinho, de olhos azuis “. Aí aparecia aquele negão , cheio de alegria contagiante. Sempre ao lado de famosos como Ataulfo Alves, Orlando Silva, Emelinha Borba, Marlene e tantos outros de igual naipe.
Nos anos 70 Blecaute fez uma temporada de Show em BH, mas já bastante decadente e quase esquecido. Foi uma fase que tiravam antigos cantores da gaveta, diria o apresentador Rolando Boldrin.
Lançou um disco no México cantando no mercado Latino Americano com o nome de “Dom Otávio”
Músicas de maior sucesso; Papai Adão, Maria Candelária, Maria Escandalosa, Piada de Salão, Chora Doutor e Carnavália.
Compôs “ Natal das Crianças” sempre lembrada nas comemorações natalina.
Nasceu em 19 de novembro de 1919. Morreu em 9 de Fevereiro de 1983.
O jornalista Pepe Escobar escreveu. “Dizem que Blecaute era o General da Banda. Era na verdade o Brancaleone dos deserdados e excluídos, dirigindo a nave dos loucos. Agora chorem foliões. O barco embriagado está à deriva.”
A música “ Vou-me Embora Sá Dona” foi um vínculo emocionante entre eu e minha saudosa mãe.
Lair Estanislau Alves.