A nostálgica saudade dos anos sessenta

Era 22:30 horas da terça - feira, 24 de abril, deste ano. Após tomar o último lanche da noite, dirigi-me à sala de descanso e, já no sofá, valendo-me da penumbra proporcionada pela fraca luz do abajur, iniciei um processo de saudosismo. Lembrei-me de que naquela data completava doze anos de aposentadoria e afastamento de um maravilhoso convívio profissional, de trinta e cinco anos e três meses de trabalho, na extinta estatal TELERJ. Logo, paralelamente às lágrimas, brotadas de modo inesperado, retrocedi ao passado quando, naquele devaneio, vivenciei fatos e figuras gratificantes.

A primeira recordação mostrou-me o dia 03 de fevereiro de 1960, ocasião em que me apresentei para cumprir o primeiro dia de serviço, lá no prédio, ainda existente na esquina da Avenida Almirante Barroso e Rua México. Fui recebido e bem atendido pela senhora Inêz ( falecida ), bastante educada e de princípios conservadores,mas que, deixando-me à vontade, prestou os necessários esclarecimentos visando a mais rápida adaptação.

Continuando o êxtase, recordei os diversos jogos de futebol entre as equipes dos solteiros e casados, quase todos realizados no campo da Light, situado ainda hoje, no bairro do Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro. Com a emoção bem aflorada, veio à memória, o período em que aproveitávamos as tardes de sábados, pois o expediente era até as 12:30 horas. Inúmeras foram às vezes em que, reunidos, batíamos um papo descontraído, acompanhado da cerveja gelada, no Bar Três Nações, ainda na Av.Almirante Barroso. Dos inesquecíveis companheiros, recordo-me de quase todos, porém, somente poucos permanecem estreitando a nossa antiga amizade.

De súbito, um telefonema chamou-me à realidade. Era o poeta Felisberto Costa, Presidente da Academia de Letras Joaquim Osório Duque Estrada, lembrando-me de um detalhe necessário, visando melhor organizar o evento do primeiro aniversário da ALJODE, que se verificará no período de 26 a 29, ainda deste mês de abril.

Terminado o inesperado diálogo, não esqueci de agradecer a Deus por ter me proporcionado aqueles sublimes instantes.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 25/04/2007
Reeditado em 10/07/2007
Código do texto: T464086