PREFEITOS
PREFEITOS
Marcope
Como disse o poeta Adovaldo Medeiros em sua crônica bem humorada, todos os políticos são honestos; a oposição é que às vezes exagera em sua função fiscalizadora. A toda evidência, o poeta cronista tem razão, uma vez que os oposicionistas, falam, falam, mas no dia que assumem o poder fazem exatamente as mesmas coisas que criticavam.
Ademais, nós, os eleitores, temos que ver o lado dos eleitos. Com efeito, não é nada fácil ter que comparecer às festas chatas dos cabos eleitorais, dos chefes de partidos de oposição; agüentar foguetório nos ouvidos, tomar jarras e jarras de cerveja, secar infindáveis garrafas de uísque e ainda ter de aturar batalhões de caçadoras de poderosos. Tudo isso custa dinheiro, muito dinheiro.
Temos que entender que os agentes políticos precisam de grana para dar presentes, pagar despesas de festas e de boates, coisas que nós, o povo, nem ousamos sonhar. Sabemos que cada um dos intendentes dos cinco mil quinhentos e sessenta e cinco municípios deste Brasilzão de meu DEUS não ganha mais que míseros vinte mil reais, pouco mais do que ganha um trabalhador em três anos, trabalhando oito horas por dia. Isso é muito pouco para tanta despesa, e quando falta dinheiro no bolso e tem-se que assinar cheques, cuja soma chega a centenas de milhões, seria um grande sacrifício resistir à tentação de rachar com os credores os pagamentos de débitos, sobretudo se se levar em conta que essas dívidas advêm de bens e serviços fornecidos pelo dobro do preço de mercado, quando não se referem a notas frias.
UÇU, 27/08/2011