PORRA ACHARAM UMA MANEIRA DE ACABAR ATÉ COM MEUS SONHOS!!!!

j.Torquato

O trem vinha soltando fumaça ao contrário e eu ri

me lembrei do desenho dos sete erros, devagar quase parando, o trem passou pela praça do pirulito e nós subimos nas plataformas dos carros, íamos para Lourenço de Albuquerque, ou para festa de natal de Fernão Velho. Já que a mais famosa não ia ter, pois alguém importante do município falecera. Meu bolso da jaqueta esta estufado com a garrafinha chata de Bacardi, vi ainda o barco branco feitos de “taipas com mastros lindos, e os marujos dançando sob a batuta de um maestro, um padre bebia na garrafa ao lado, As cornetas de som trepadas num pau longo desfilava o som de “AI CUPIDO” e “BANHO DE LUA”, a zoada era total mais o apito do trem agudo passou por cima de tudo e o trem acelerou, até Bebedouro era uma puxada só, depois Satuba tinha também sua festa de natal, talvez ficássemos lá. Para mim era o trem natalino pois passava por todas as festas de Natal nas praças da região e municípios, e dentro do trem todos em uma alegria uníssona, “fardados” para o natal, entoava canções modernas de Cely Campelo, Tony Campelo, Silvinho, Orlando Dias, Nelsão Gonçalves e etc. além das músicas natalinas que de quando em vez uma voz bêbada entoava. Batendo nos feros fundidos dos encostos dos bancos, lá ia o trem, apitando e correndo sonhando o ruído de suas rodas e engrenagens vuuup vuup, com “Vuups mais acelerados” quando o trem corria, subíamos as janelas e prendíamos a parte de cima com o gancho para a brisa entrar no vagão lotado e suado. Logo logo ouviríamos o som da festa de Bebedouro, sua iluminação, sua alegoria, depois víamos, ouvíamos a festa de Fernão Velho e Satuba. Descemos e corremos para as mesas de ferro disposta dentro dos cercados dos barzinhos, churrasquinhos já vinham com a eterna disputa entre a Antártica e a Bhrama, por devoção ao azul eu ia pela azul, mas na maioria das vezes não havia nenhuma das duas, o consumo era maior e outras porcarias engarrafadas como cerveja infestavam e adoentavam a região. Então íamos de Serra Grande mesmo, ou melhor ser ainda tivesse na prateleira uma azuladinha de Coruripe. Fomos para os barcos, depois alguns mais corajosos entraram na fila da roda gigante e eu voltei para o bar, uma linda música tocava nas cornetas eu já a tinha ouvido mas agora eu prestei atenção, já haviam me falado de Adilson Ramos e daquela música, o relógio, olhei meu Lanco no braço presente de minha mãe, e incrivelmente ele tocava também, tocava feito.....

toque de celular

eu acordei para atender

do outro lado uma voz feminina me desejou ter passado um feliz natal, e disse ter péssimas notícias, eu estava na lista negra de demissões, tinha apenas os dois dias úteis para fechar o ponto e pronto. AHHHHHH feliz ano novo.

Devagar desliguei o celular e olhando para meu amor que ouvia tudo, choramos o FELIZ ANO NOVO NOSSO.

PORRA ACHARAM UMA MANEIRA DE ACABAR ATÉ COM MEUS SONHOS.