NÃO GOSTO DE BÊBADO
E alguém gosta? Levante a mão aquele que gosta de ver alguém ébrio em casa, na rua ou em uma roda social. Bêbado é chato, repetitivo, cospe na cara do interlocutor, fala bobagens, esbarra na gente, faz coisas que no outro dia até ele duvida que fez. Porque esquece. Esquece que foi o bobo da corte durante a festa, que fez a família passar vergonha, que o cônjuge e os filhos não se divertiram e, com o coração na mão, pediam a Deus que ele não se esborrachasse no chão.
O bêbado é o voluntário da loucura. A loucura de estragar o invólucro que recebeu, ao nascer, para vivenciar a experiência física. A loucura de perder os afetos que a vida lhe ofereceu. A loucura de ter o pensamento direcionado para uma garrafa vinte e quatro horas por dia. A loucura de ficar louco com a abstinência.
Sou a última pessoa neste mundo que pode dizer que não gosta de bêbado. E se no título esta afirmação aparece, é com a intenção de chamar a atenção para a crônica. Porque quem já vivenciou a experiência do alcoolismo, como eu, sente dó do alcoólico. E é exatamente o que sinto. Porque conheço o começo, o meio e o fim do caminho do álcool. E se não morri, nem desenvolvi uma doença irreversível é porque, do fundo do poço, eu ergui a mão e pedi socorro. O socorro veio e eu me agarrei a ele com todas as forças que me restavam, por isso sobrevivi.
Sim, eu sou uma sobrevivente do caminho da podridão que o alcoolismo conduz. E hoje, com muito orgulho, eu digo que a abstinência é uma anormalidade que só se admite com muita sobriedade.
Tomara que eu consiga, no tempo que me resta de vida, alertar e ajudar muitas pessoas a deixarem esse caminho traiçoeiro, progressivo e fatal!
E alguém gosta? Levante a mão aquele que gosta de ver alguém ébrio em casa, na rua ou em uma roda social. Bêbado é chato, repetitivo, cospe na cara do interlocutor, fala bobagens, esbarra na gente, faz coisas que no outro dia até ele duvida que fez. Porque esquece. Esquece que foi o bobo da corte durante a festa, que fez a família passar vergonha, que o cônjuge e os filhos não se divertiram e, com o coração na mão, pediam a Deus que ele não se esborrachasse no chão.
O bêbado é o voluntário da loucura. A loucura de estragar o invólucro que recebeu, ao nascer, para vivenciar a experiência física. A loucura de perder os afetos que a vida lhe ofereceu. A loucura de ter o pensamento direcionado para uma garrafa vinte e quatro horas por dia. A loucura de ficar louco com a abstinência.
Sou a última pessoa neste mundo que pode dizer que não gosta de bêbado. E se no título esta afirmação aparece, é com a intenção de chamar a atenção para a crônica. Porque quem já vivenciou a experiência do alcoolismo, como eu, sente dó do alcoólico. E é exatamente o que sinto. Porque conheço o começo, o meio e o fim do caminho do álcool. E se não morri, nem desenvolvi uma doença irreversível é porque, do fundo do poço, eu ergui a mão e pedi socorro. O socorro veio e eu me agarrei a ele com todas as forças que me restavam, por isso sobrevivi.
Sim, eu sou uma sobrevivente do caminho da podridão que o alcoolismo conduz. E hoje, com muito orgulho, eu digo que a abstinência é uma anormalidade que só se admite com muita sobriedade.
Tomara que eu consiga, no tempo que me resta de vida, alertar e ajudar muitas pessoas a deixarem esse caminho traiçoeiro, progressivo e fatal!