FOGOS DE ARTIFÍCIOS, ACIDENTES E CRIMES NO MARANHÃO!
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O que tem a ver os fogos de artifício que clarearam o Brasil no final do ano, o menor número de acidentes nas rodovias federais em relação ao ano anterior e o elevado número de mortes na Penitenciária de Pedrinha, no Maranhão, com incêndios a ônibus, morte de inocentes no incêndio, tudo comandado de dentro da prisão, por facções rivais?
Aparentemente nada; para um cronista, tudo!
Dos milhares de fogos que estouraram de norte a sul do Brasil na virada do ano novo, 6.651 foram para tentar clarear a mente dos motoristas irresponsáveis que bebem, dirigem e matam, fazendo manobras proibidas e ultrapassagens em locais sinalizados, mas que não conseguiram fazê-las com perfeição e, por isso, cometeram acidentes. Em vez de comemorarem com suas famílias, no conforto de seus lares, 6.651 pessoas comemoraram dentro de caixões em necrotérios das cidades junto com mais de 50 detentos que deveriam ser protegidos pelo Estado do Maranhão, mas foram assassinados no interior da Penitenciária de Pedrinha. Depois, mandaram tocar fogo em ônibus e mataram crianças queimadas que, mesmo presos, determinaram queima de ônibus e mais outros 379 feridos que passaram o início do ano em macas de hospitais, com suas famílias apreensivas se iriam se recuperar ou não!
No ano de 2006, a empresa WT Gomes Outdoors expôs em rodovias uma interessante e curiosa campanha nas ruas de algum Estado brasileiro com dizeres instigantes, intrigantes e provocativos, chamando a atenção para o grave problema que, naquele ano, já afligia a sociedade e se registrava com maior intensidade nas rodovias do país. E a questão da superlotação de presos nas cadeias de vários Estados, denunciada pelo CNJ, quando será resolvida? Nuca, porque promessas as autoridades sempre fazem. Mas só promessa mesmo!
Em 2006, outdoors afixados em rodovias, começavam perguntando “Bebeu e está dirigindo?“ e acrescentavam que o motorista ficaria lindo dentro de um caixão, com uma coroa de flores; que a missa de sétimo dia seria ótima com muitas flores, que o carro pegaria fogo e o condutor seria cremado. Em outra perguntava que bebeu e foi dirigir já teria deixado seu testamento pronto e, por fim, se a esposa do futuro defunto que bebe e depois dirige seria bonita e pedindo desculpa pela intimidade. Depois, arrematava tudo informando que beber é dirigir era suicídio e aconselhava ao motorista: “Não brinque no trânsito”.
Nem esse tipo dramático de campanha, parece ter surtido efeito positivo. Os fogos no céu, então, poderiam ser a solução porque deixaria as estradas mais claras para os motoristas que abusam do álcool, mas também não o foram, porque nem o clarão que produziram foi suficiente para conscientizá-los. É uma tragédia anunciada, combatida com Lei Seca, fiscalizações, campanhas, mas parece que o poder do álcool está cegando os motoristas ou tornando-os mais irresponsáveis. No natal e réveillon do ano passado, 420 pessoas morreram nas rodovias federais. Nesse ano, 379 faleceram. As colisões frontais foram responsáveis por 83 vítimas fatais na hora. Para o coordenador geral de operações da Lei Seca da PRF, Stênio Pires, a redução do número de acidentes nas rodovias deveu-se ao aumento das fiscalizações e de um melhor planejamento da ação. O coordenador concluiu que “não existe um único fator que contribuiu para a redução de acidentes” porque “o trânsito é sempre complexo”.
Ou serviram para clarear as armas utilizadas pelos presidiários de Pedrinha, no Maranhão, ou para tornar os incêndios comandados de dentro da prisão de Pedrinhas, em ônibus da cidade, queimando e matados inocentes. Será que os fogos foram para clarear e encher de amor os corações dos presos que matam e sentenciam condenando quem vai viver ou morrer na superlotação prisional? Dos 996 motoristas que beberam e foram parados nas rodovias pela PRF, 461 deles viram os fogos estourarem pelas grades de celas das Delegacias policiais, porque apresentavam mais de 6 decigramas de álcool por litro de sangue, mas se recusaram a soprar o bafômetro, mesmo apresentando sinais visíveis de embriaguez.
Não viram os foguetes brilhando no céu na virada do ano, os motoristas embriagados, mas viram um brilho diferente na cor vermelha e sentiram o gosto de suas irresponsabilidades quando seguiam lentamente para serem enterrados em cemitérios ou seguirem apressados em macas para atendimentos em urgências hospitalares, cheios de sangue.