Deu Fuá
O abestado do Raimundim Zanôi, num tinha o que fazer e, ontonte, no relabucho do Mané da Farmácia, inventou de dá uma pinada na patroa do Zé Inácio!
Foi o maior fuá!!!!
Zé viu e sapecou a mão no escutador de fuxico do cabra, chega ele ficou zonzo e caiu em cima da mesa do Mão de Trivela.
Ai o pau cantou, foi tanta cadeira, tanta muié se esguelando, que o forró teve que acabar, o candieiro apagou que ficou tudo um breu!
Chegaram os samangos, mas foi mermo que nada, entraram foi no cacete também.
Prá encurtar a conversa, por uma peinha de nada não aconteceu o pior, e é por que puxaram até peixeira!
Ainda bem que foi só uma briguinha de menino, hoje mesmo já vi o Raimundim comprando remédio na farmácia do Mané e, ouvi também de fonte segura que ele vai ser padrim dum fio do Zé Inácio, que vai nascer...Tomara que tenha festa no batismo!!!!
Nota: Este texto foi selecionado pela professora doutora, Maria da Graça Krieger para integrar seu livro "Dicionário em sala de aula, guia de estudos e exercícios" (página 76)
"Deu Fuá" foi utilizado como exemplo de adequação lexical, pela linguagem coloquial, formal, pejorativa, falares regionais, gírias entre outros. Ele foi escrito num bom e velho "Cearês", descrevendo as relações e as ações de pessoas em um evento numa cidade cearense, na realidade durante e depois dele!