Metamórfica

Presença que canta para almas marcadas e solitárias

Flertes dedicados somente para as gentis incógnitas

Desfila sobre o solo ameaçador com olhos de encanto

Despedaça corações involuntariamente, sofrendo ali

Agoniza com dores alheiras e pragueja sua natureza

Metamórfica como o tempo, quebra seus espelhos

Farta de letras e sentimentos indecifráveis ocultos

Demasiadamente contraditória, pois é só como a lua

Espera por alguém que faça arder seu peito de paixão

E que lhe furte frases sinceras jamais lidas por mortais

Vaidade e ego é tão parte de si, como o ar que respira

Suas vestes de fragilidade enganam aos sugadores tolos

Distribui gestos calorosos para aqueles que lhe roubam risos

Faz sangrar aqueles que despertam ira sem piedade alguma

Sua voz dócil é máscara de seu interior agitado como vulcão

Amada por muitos, propriedade de poucos e escorregadia

Correntes humanas lhe tiram seu brilho, sufocam e mata

Sua sombra é sua própria companhia, e isso lhe consola

Almeja por aventuras e fogo em suas veias tão gélidas

Faz da sua tempestade insana seu futuro conhecimento

Admirada por suas ações e beleza fútil que ela não cultua

Instável, incerta e altamente sedenta de momentos únicos

Se engana com vinho, brisas da noite e exala inspirações

Aparece notavelmente, e desaparece trazendo a chuva fria

Pois tudo o que deseja é ser decifrada e dominada de amor

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 04/01/2014
Reeditado em 08/04/2014
Código do texto: T4636693
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