Metamórfica
Presença que canta para almas marcadas e solitárias
Flertes dedicados somente para as gentis incógnitas
Desfila sobre o solo ameaçador com olhos de encanto
Despedaça corações involuntariamente, sofrendo ali
Agoniza com dores alheiras e pragueja sua natureza
Metamórfica como o tempo, quebra seus espelhos
Farta de letras e sentimentos indecifráveis ocultos
Demasiadamente contraditória, pois é só como a lua
Espera por alguém que faça arder seu peito de paixão
E que lhe furte frases sinceras jamais lidas por mortais
Vaidade e ego é tão parte de si, como o ar que respira
Suas vestes de fragilidade enganam aos sugadores tolos
Distribui gestos calorosos para aqueles que lhe roubam risos
Faz sangrar aqueles que despertam ira sem piedade alguma
Sua voz dócil é máscara de seu interior agitado como vulcão
Amada por muitos, propriedade de poucos e escorregadia
Correntes humanas lhe tiram seu brilho, sufocam e mata
Sua sombra é sua própria companhia, e isso lhe consola
Almeja por aventuras e fogo em suas veias tão gélidas
Faz da sua tempestade insana seu futuro conhecimento
Admirada por suas ações e beleza fútil que ela não cultua
Instável, incerta e altamente sedenta de momentos únicos
Se engana com vinho, brisas da noite e exala inspirações
Aparece notavelmente, e desaparece trazendo a chuva fria
Pois tudo o que deseja é ser decifrada e dominada de amor