2014 em conversa de bar
Não é costume passar entrada de Ano Novo numa mesa de bar, exceção dada aos inveterados que, se assim pudessem, reviveriam contentemente 2013 tal e qual, num bar, sem dar importância a esses hiatos do tempo; importante para eles é, naquela mesa, saborear bebida com amigos e, sobretudo, longo e divertido bate- papo, afirmando existir ainda boêmia que propicia “vida alegre e despreocupada”, airada pelo não estressante “far niente” ou pela prazerosa “dolce vita”. Sentados por lá também os solitários que vão curtir acidente de percurso na vida amorosa. Mas, eles e eventuais frequentadores desses bares e cafés da vida não deixam de comentar sobre a universal sensação do momento: o novo ano.
A conversa sempre se inicia com a comum questão, às vezes, provocada pelo garçom ou pelo dono do botequim: 2014 vai ser um ano bom ou ruim? Há os que revelam serem ruins os anos terminados em números ímpares e, os pares, bons. Esses, taxados de supersticiosos, reagem, elevando a taça e atribuindo ao “gênero” do ano a colheita das videiras: “O vinho dos anos machos são ruins; dos anos fêmeos, bons”... Contra-argumentam no baco-baco da bebida: “Há controvérsia, a safra de 2011 foi muito boa”. Os mais lógicos desdenham o assunto: “Tolice! Meras coincidências...” E assim, contra a vontade dos que os esperam em casa, a conversa se prolonga até surgir o próximo ano.
Mas, o filósofo da mesa pergunta: Por que se considera o ano vindouro provavelmente melhor do que o que terminou? O cavaco se aprofunda: O ano passado é inflexível, realidade vivida, repleto de atos e fatos, até coisas desagradáveis; o ano que inicia é futuridade, flexível, a se repletar de bons desejos, de sonhos, de futuras ações querentes de felicidade. Assim, surge a necessidade de se preconizar um tempo ideal, um ano imaginário, fantástico, que seja objetivo aonde pretendemos caminhar. Ainda existe idealismo? Ora, quem não tem ideal se mostra incapaz de ser pessoa, de se adaptar à vida social. Nesses casos, os anos velhos servem de experiência. Contudo, ao se desejar o ideal, precisamos aceitar os limites que a ele se impõem. Como o rio, caudaloso e profundo, para que seja rio corrente, respeita os limites das margens. Caso contrário, seria, sem correnteza, apenas águas espalhadas, alargando-se nas matas, tornando-se águas espraiadas como um lago, jamais rio a caminho do mar...
A conversa sempre se inicia com a comum questão, às vezes, provocada pelo garçom ou pelo dono do botequim: 2014 vai ser um ano bom ou ruim? Há os que revelam serem ruins os anos terminados em números ímpares e, os pares, bons. Esses, taxados de supersticiosos, reagem, elevando a taça e atribuindo ao “gênero” do ano a colheita das videiras: “O vinho dos anos machos são ruins; dos anos fêmeos, bons”... Contra-argumentam no baco-baco da bebida: “Há controvérsia, a safra de 2011 foi muito boa”. Os mais lógicos desdenham o assunto: “Tolice! Meras coincidências...” E assim, contra a vontade dos que os esperam em casa, a conversa se prolonga até surgir o próximo ano.
Mas, o filósofo da mesa pergunta: Por que se considera o ano vindouro provavelmente melhor do que o que terminou? O cavaco se aprofunda: O ano passado é inflexível, realidade vivida, repleto de atos e fatos, até coisas desagradáveis; o ano que inicia é futuridade, flexível, a se repletar de bons desejos, de sonhos, de futuras ações querentes de felicidade. Assim, surge a necessidade de se preconizar um tempo ideal, um ano imaginário, fantástico, que seja objetivo aonde pretendemos caminhar. Ainda existe idealismo? Ora, quem não tem ideal se mostra incapaz de ser pessoa, de se adaptar à vida social. Nesses casos, os anos velhos servem de experiência. Contudo, ao se desejar o ideal, precisamos aceitar os limites que a ele se impõem. Como o rio, caudaloso e profundo, para que seja rio corrente, respeita os limites das margens. Caso contrário, seria, sem correnteza, apenas águas espalhadas, alargando-se nas matas, tornando-se águas espraiadas como um lago, jamais rio a caminho do mar...