REVÉILLON

Galera dessa Faces & Bocas, voltei!... Não, não. Na verdade, eu nem fui. Fiquei por aqui, fogão, geladeira, controle absoluto do controle da TV, leituras pendentes e... muita, muita Fanta Uva.

...Ah, deu pra ver e fazer um monte de coisas bastante animadas. Na TV, por exemplo, um documentário sobre a reprodução assexuada de uma espécie rara de microalgas do Mar Adriático; aquele filme, “Cleópatra”, ainda em preto e branco, com a participação esplendorosa de Elizabeth Taylor, mais uma meia dúzia de filmes trash iranianos sem tradução, apenas na base da leitura labial (fiz um curso por correspondência há uns anos atrás), - no contexto de mundo polarizado da minha concepção da época, eu imaginava que o Bloco Oriental sairia vencedor daquele conflito mundial, com a inadvertida adesão do Irã, após o episódio do caso “Irã –Contras”, - e como eu não queria ficar de fora... mas isso já é uma outra história...

Consegui, finalmente e graças ao Wikipédia, terminar a minha leitura de “Os Lusíadas”; achei, inclusive, que a Rede Globo deveria usar essa obra, essencialmente minimalista, para uma minissérie, talvez aí de uns seiscentos capítulos, quem sabe, né!

Dei conta também de “Toda Mafalda” do Quino, duas mil tirinhas aproximadamente, e mais uma rápida releitura das “Aventuras do Mandrake”.

Alternei toda essa edificante odisséia intra apartamental (foi o que se pôde arranjar) com um bom “miojo al dente”, ou um ou outro fried egg com farinha de mandioca in natura, ou, ainda, um apimentado dé jà vu das sobras do peru do Natal, regados, é claro, com a minha inseparável Fanta Uva.

O que, definitivamente, não gostei nesses dias de grandes badalações foi de perceber que, com a última arrumação que fiz das gavetas do meu armário, acabei perdendo o ponta direita do meu time de botões do Náutico Capibaribe. Essa era uma formação especial de 1967, de quando ele conquistou o vice – campeonato brasileiro.

Meu filho, por telefone, aos oito minutos do dia 1º, tentando me consolar, arriscou: “Pai, sai jogando com um lateral avançado; improvisa um ala, aí, vai!”

Masé Quadros
Enviado por Masé Quadros em 03/01/2014
Reeditado em 03/01/2014
Código do texto: T4634615
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