Montanha Russa da vida.
Montanha Russa da vida.
Jorge Linhaça
Nossa vida é muitas vezes semelhante a uma montanha russa das mais sofisticadas, não estamos apenas subindo ou descendo pequenos trechos, muitas vezes temos a impressão de que , em determinados trechos, a força da gravidade nos traíra para trás e jamais alcançaremos o topo, em outros parece que podemos nos esborrachar no solo caso um mínimo defeito aconteça no carrinho, isso sem contar os “loopings” e as voltas inclinadas
Mas ao final é isso que nos dá emoção e separa os que têm ou não estômago para arriscar-se outra vez.
Alguns se encolhem petrificados durante o percurso e fecham os olhos rezando para acabar logo e nunca mais terem de repetir tal loucura. Outros passam pela experiência como algo natural, talvez um pouco incômodo, mas suportável. Mas existem aqueles que se divertem e adoram repetir a façanha quantas vezes for possível, a sensação de lutar contra o destino de “confiar” na própria sorte parecem ser o combustível que necessitam para ir em frente.
Na verdade existem muitas pessoas acomodadas em sua “zona de conforto”, para as quais, qualquer mudança de rotina, por menor que seja, como, por exemplo, uma viagem de carro, ou mesmo uma comida diferente, lhes causa um desconforto tamanho que lhes dão a sensação de um salto no escuro. Acampar em uma barraca, longe dos confortos da vida moderna então, pode lhes parecer o equivalente a uma tentativa de suicídio.
Tais pessoas fecham-se tanto em sua rotina e preocupações que sem se darem conta, sabotam os próprios relacionamentos com a desculpa de que precisam ser assim pois existem pessoas que dependem delas. Na verdade o que ocorre é que essas pessoas se alimentam dessa dependência, assim como os eternos dependentes se alimentam de sua energia. Na verdade é uma simbiose fatal para ambas as partes. Uma definha ao ser sugada no dia a dia entregando-se ao papel de “salvadora do mundo” e a outra, findo o ciclo vital da primeira terá apenas duas opções que lhe pareçam plausíveis: Ou achar outra pessoa para parasitar ou simplesmente definhar em sua autocomiseração eterna. O outro caminho que poderia seguir, o de tornar-se independente parece-lhe dolorosos ou cansativo demais.
Todos nós , na verdade, ao longo da vida, apresentamos mais de uma dessas características em momentos diversos, o problema não é se as apresentamos ou não, mas sim se nos entregamos a elas de modo a nos tornarmos apenas um ser sem capacidade de adaptação aos altos e baixos da vida.
Salvador, 02 de janeiro de 2014.