Ano Novo, tudo igual

  Apesar de uma passagem de Ano Novo nada significar diante da imensidão cósmica, dos bilhões de galáxias e do Universo Infinito.

  Apesar de o homem ter fatiado a História em anos, séculos e milênios, que nada importam perante o tempo, sem começo e nem fim, da Criação Divina.

  Apesar de que para alguns povos como hindus, iranianos, chineses, islâmicos e os judeus, conterrâneos de Jesus, nem é na noite de 31 de Dezembro que se comemora o Ano Novo.

  Apesar de que o Sol, o mar, a lua, flores, pássaros, montanhas, ventos, rios, cachoeiras e toda a Natureza não saberem que mudamos de ano, que é apenas mais um entre os bilhões há que a Terra existe.

  Apesar de que, na manhã do dia primeiro, tudo amanheceu como antes e a grande maioria das pessoas continuou exatamente a mesma, apenas com mais ressaca, menos dinheiro e até desiludidas.

  Apesar de muita gente preferir comemorar essa mudança numérica frívola e pueril com bastante excessos e exageros, em meio a barulhos ensurdecedores, verdadeiros combates sonoros nos veículos que estacionam à beira-mar.

  Apesar da maioria também preferir homenagear a noite de Ano Novo com zoada de bombas e foguetões, sem pensar nos que não estão brincando, nos insones, enfermos, idosos e recém-nascidos, nem nos animais que se aterrorizam com os pipocos, em vez de optar por fogos de artifício que iluminam o céu com beleza e esperança, e não com tiros...

  Apesar de a maioria não aproveitar para refletir sobre a simbologia da mudança que a data sugere, ainda que se restrinja à troca de um calendário na parede, ao estouro dos champagnes, aos montes de abraços e efusivas manifestações por todo o planeta.

  Apesar de que as reflexões e desejos de Ano Novo se limitem aos mesmos votos de saúde e prosperidade.

  Mesmo apesar de tudo, vamos torcer pra que comecemos a aproveitar o Natal e o Ano Novo para uma revisão de conceitos e preconceitos, um exame mais profundo de consciência. Que procuremos ser mais solidários, menos egoístas, que tenhamos mais respeito aos direitos dos outros e à Natureza.

  Já está mais do que na hora de se repensar essa loucura nervosa, congestionada e estressante que só tem aumentado nas noites de Reveillon, como se não fosse apenas o fim de um ano a mais na história, e sim o fim do Mundo.
Germano Romero
Enviado por Germano Romero em 02/01/2014
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