Amanheceu e um sol forte invadiu esta manhã de 1º de janeiro do ano de 2014. Uma manhã como muitas outras já houve, pelo menos é o que aparenta ser. O que então esperar de um novo ano? Confesso que posso sentir os desejos todos ou quase todos, em suas formas diversas na madrugada que se passou. Embebidos em álcool, marinados em lágrimas, envolvidos em sorrisos, sorvidos em esperanças e até desconfiados em olhares céticos e sem nenhum esperar plausível. Isso é humanamente possível em um mundo ideal. É a forma de o homem viver e procurar seu lugar no universo em movimento constante, desejando sempre no seu real!
Mas um novo ano que chega é sempre uma incógnita no calendário pessoal, este repleto de subjetividades e intenções marcantes. Não acredito num ano novo baseado em velhas atitudes quando os desejos de renovação são ditos da boca pra fora em meio a uma euforia coletiva etilizada e acompanhada de barulhos ensurdecedores e exalando pólvora queimada. Acredito num novo ano sem data marcada, onde o seu calendário é marcado por atitudes internas silenciosas, onde a auto-modificação é um reflexo de decisões positivas, para não ser aqui um adepto do negativismo, mas, há pessoas que enveredam também por esse caminho.
Entretanto, a festa de passagem tornou-se um rito sacro-pagão entre nós, com tendências a exaltação do Criador que deverá atender a tudo e a todos os desejos de felicitações. Sabe o que é que mais acho interessante nisso tudo? As relações! O calor humano ultrapassa fronteiras, dá um salto em direção contrária ao seu instinto animal, aproxima-se da cordialidade universal que deveria reger as relações, mesmo que de forma efêmera, lembrando pra nós que no fundo no fundo, um sentimento redentor habita cada um de nós, só temos que exercitá-lo e deixá-lo aflorar a cada dia, compartilhando com o outro. Assim o mundo seria bem mais humano e maravilhoso em todos os sentidos. Que seu ano novo se realize plenamente segundo suas intenções!