Feliz todo dia!

Feliz todo dia!

Finalmente, um novo ano para repetir as mesmas coisas; fazer promessas de mudanças para nunca cumprir. Ano novo, vida nova; esse jargão é repetido por todos, mas, na prática as novidades morrem na contagem regressiva.

Esperança renovada e vontade de que tudo se resolva. O ano novo parece causar, em todos, uma alegria fugaz, em que, se brinda, com espumante, o esquecimento. Mascaramos, com fogos de artifícios, a luta diária; sorrimos e cantamos disfarçando a agonia da sobrevivência. 10(dez), 9(nove), 8(oito), é a hora da virada e todos se abraçam e se beijam desejando felicidade. No dia seguinte segue a vida e aquele altruísmo é esquecido no meio da ressaca da passagem. É como se todos os votos fossem anulados e os desejos de mudança ficassem só na transportadora, embalado com os sonhos que pretendiam se realizar.

A euforia logo acaba com cálculos diários que a sobrevivência impõe e o dia anterior ficará, cada vez, mais distante das mudanças. Festejamos melhoras e propomos, para nós mesmo, novidades, mas tudo vai se embora com a alegria. Planos são feitos para nunca serem colocados em prática e amores são jurados eternos para se acabarem no primeiro empecilho da rotina. A vida, pós réveillon, segue seu curso normal, pois pouca gente se esforça, suficientemente, para mudar a direção do curso que ela toma. Verdadeiramente, o que se vê, é uma massa manipulada por uma propaganda que tenta ludibriar a todos com a falsa promessa de que, uma simples passagem, de um dia para o outro, transforme toda dor num alento eterno. O unguento, com certeza, está em cada um e as mudanças só dependem da força de vontade e perseverança. Aprendamos que a vida é uma eterna virada e o ano novo está em cada amanhecer. O sonho não começa com fogos e champanhe, mas, se realiza com determinação. Por isso, é que eu sempre repito: FELIZ 1(UM), 2(DOIS), 3(TRÊS), 4(QUATRO)... Todo dia é um novo começo.

Mário Paternostro