À procura da felicidade
O ser humano é um completo ser definido pela confusão de ideias. Nunca se satisfaz das coisas. Enriquece-se aos poucos de bens materiais. Aos poucos se transforma na própria matéria. Esquece-se do bem espiritual, do bem próprio e do outro. Pensa-se naquilo e não no outro, isso quando o outro não se refere a si mesmo. Alguns se salvam: são diferentes. Pode haver mudanças, claro. Às vezes há o desapego por coisas materiais.
A habilidade de se apegar em coisas materiais nos faz pensar nas controvérsias da vida. A capacidade de se ater por coisas passageiras não constitui em nada o ser próprio que forma o indivíduo, a sua integridade, mas sua perspicácia em desejar apenas a sensibilidade material. O importante é se desapegar do que pode fazer mal a si e ao outro. Percebe-se que a questão de liberdade e de individualidade no mundo contemporâneo aumenta o desejo de ascensão e de querer sempre mais algo. Essa uma corrida insana pelo enriquecimento próprio e sem limites.
Há quem possa mudar a si própria e aos poucos muda algum pensamento coletivo para a modificar a mente d’alguns que não percebem o quão difícil é para certas pessoas possuir determinados materiais. O desejo humano abastece o que, às vezes, não se pode ter logo. Assim, o que se faz de uma corrente do bem é afastá-la de nós próprios. Deve-se desligar da fragilidade que, vez ou outra, dá forma ao indivíduo.
A natureza humana é diferente de acordo com a interpretação e percepção de cada um sobre as diferentes coisas desse vasto mundo. E assim vamos nos tornando cada vez mais insanos – ou algo parecido - em tentar possuir a felicidade que, quase sempre, está em nossas mãos, mas não a damos valor por desconhecimento por falta de algo ou por excesso de preocupação pela aparência. Como disse Fernando Pessoa: “Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.”