Máscaras

Sonho com culpas inacabadas, quando poderia ser simplesmente um fantasma da minha própria e rara memória.

Me valo do meu desvalor, e me honro por desonrar.

Me amo por culpar, me culpo por acertar.

Sonhos me dão a esperança de me olhar no espelho de manhã e ver a garotinha que deixei morrer para que meu novo ego pudesse nascer.

Fiz de mim um brinquedo que só eu sei brincar, e dancei a dança na chuva sem ter uma par para me brindar.

Escrevi solidões enquanto ocupava a cama de um alguém esquecido.

E deixo esse retrato no espelho para que todos possam me transformar.

Derrotei todos os meus sonhos e me deitei com todos os meus pesadelos.

Mas ainda sou a princesa a bailar no salão do nobre pai, a espera do nobre marido.

Sou apenas minha sombra... ou até mesmo minha sombra teria se transformando?

Gabriela Lourenço
Enviado por Gabriela Lourenço em 30/12/2013
Reeditado em 03/12/2015
Código do texto: T4630312
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