DECIFRA-ME!

Pensar é uma das mais belas artes desenvolvidas pelos seres humanos. Ainda quando se erra, o pensamento é uma grande obra.

A dúvida que paira sobre mim é uma das mais belas dúvidas que podem existir neste mundo. Não é a dúvida de não saber o que eu quero, porque eu conheço muito bem o que eu quero e o que eu não quero nesta vida. A minha dúvida é a dúvida necessária no ato de filosofar; é uma dúvida que nasce de uma certeza, ou de algumas suposições, ou de algum conhecimento já adquirido. É a dúvida necessária para não ser ingênuo, nem louco; para não ser precipitado, nem inocente. De acordo com a filosofia, só quem conhece alguma coisa é que pode ter alguma dúvida e formular perguntas sobre alguma coisa.

A filosofia tem um grande símbolo, que é a coruja. A coruja simboliza a observação, a reflexão, o olhar atento, a busca pelo saber, o olhar filosófico.

No mundo atual, há necessidade de ampliar o nosso olhar. Não importa se o homem pensante esteja certo ou errado; o mais importante é pensar e associar os detalhes, aquilo que escorrega, que não se deixa prender, ainda que se queira prendê-lo.

Ah, esse mundo virtual! Esse mundo virtual é um grande campo para o exercício do pensamento, da boa loucura. Esse mundo me inspira!

O mundo virtual nos apresenta um grande campo de ação. Há vários espaços e lugares nesse mundo. Alguns ambientes são mais discretos e nobres; outros, mais comuns e superficiais.

Há quem esteja em todos os locais do mundo virtual. No entanto, prefere manifestar-se em local específico. Isso, porém, não impede que o homem continue pensando e associando os detalhes, aquilo que escorrega. Eu gosto do que escapa. A psicologia, quando está analisando uma pessoa, valoriza os detalhes. Eu gosto dos detalhes. Eles mostram muito sobre as pessoas.

Há quem muito fala até no silêncio, na falta de ação, na falta de reação. Há quem aja e reaja em lugar específico.

É muito bom perscrutar e descobrir o que leva uma pessoa a uma ação e a uma reação. Uma simples palavra diz muito, dependendo de quem diga ou escreva essa mesma palavra. Há palavras que são ditas por pessoas específicas e para pessoas específicas. Há palavras que não são ditas por qualquer pessoa, nem para qualquer pessoa. Tudo tem um porquê. Algo se diferencia. Nem é preciso que se diga muito ou apareça muito.

O mundo virtual nos estimula a exercitar a própria inteligência. Nesse mundo, há momentos em que devemos ser bem claros. Outros momentos, porém, pedem sutileza e discrição. O pensamento identifica e enobrece o homem.

Ah! Não foi o professor quem escreveu este texto. O professor Domingos Ivan adota o equilíbrio, a moderação e a clareza em suas exposições.

Este texto não foi escrito pelo homem religioso. Não foi escrito pelo poeta que eu sou. Este texto foi escrito por outro ser que há em mim. Na verdade, outro aspecto de mim mesmo, que eu não sei nomear. Se fosse Fernando Pessoa, atribuiria esta obra a outra pessoa, a um dos personagens criados por ele. Eu, no entanto, não sou Fernando Pessoa. Eu não sei nem como classificar este texto. É uma crônica? É um ensaio? Não sei! É uma prosa poética? Não sei!

Talvez tenha sido um dos poetas que eu sou quem elaborou este texto. Esta obra traz as características de um aspecto meu, que se manifesta, também, na poesia.

Este texto foi escrito por alguém que gosta de brincar com as palavras. Foi escrito por outro aspecto do Domingos Ivan Barbosa; por um aspecto que faz de tudo na vida uma fonte da bela arte de escrever.

A arte da escrita não pode se deixar prender; não pode ser apenas clareza; não pode ser apenas moderação, prudência, equilíbrio.

O professor Domingos Ivan Barbosa tem a obrigação de ser claro, moderado, prudente, equilibrado. Mas, como eu já disse, não foi o professor quem escreveu este texto. Foi outro Domingos Ivan Barbosa. Isto parece ser obra do João. Mas, quem é João? Será que tudo isto é obra de João?

Entretanto, eu não digo nada por acaso. Tudo que eu escrevo e falo tem uma finalidade, qualquer que seja o aspecto que escreva ou fale por mim. Todos os meus aspectos só falam e escrevem com uma finalidade.

Este texto tem uma origem e uma finalidade. Descobri-las, para o leitor, não é fácil. Eu fiz para não ser fácil, apesar de usar palavras muito conhecidas.

Para finalizar, só posso dizer:

DECIFRA-ME!

Alguém consegue decifrar?

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 28/12/2013
Reeditado em 28/12/2013
Código do texto: T4628392
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.