VIAGEM INESQUECÍVEL

Nem precisa dizer que no final do ano é difícil conseguir passagem na última hora. Nem me lembro bem o porquê, estava na capital, fiz o que tinha que fazer, e corri para a rodoviária. Salvo engano, era uma sexta. O vendedor disse-me que único ônibus para Bauru, com vaga, onde morava e estudava, era um especial dali à meia noite. Se não fizesse questão, ele quebraria o galho. Aceitei é claro.

Mas ao adentrar no ônibus, achei algo estranho. Os demais passageiros, todos homens,estavam de uniforme. Reparando bem, estavam algemados em pares.

Havia dois vigilantes à frente. Sentei-me no banco número um que estava vago. Aí um dos vigilantes explicou-me: eram condenados à prisão que estavam sendo levados a uma penitenciária de regime semiaberto. Durante toda a viagem parecia que eles não tiravam os olhos de mim. Quando desci em Bauru, respirei aliviado e amaldiçoei o vendedor da passagem. Bem que podia ter-me avisado.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 28/12/2013
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