Panfleto
Panfleto
Espero encontrar o discurso fora do discurso e fazer do meu discurso algo desconcertador e provocador, porém, sem as indagações já ecoadas.
Quero a liberdade dos sentidos e a forma ainda por ser feita.
Não quero ter voz, quero as minhas vozes falando, em coro, e ressoando pelos discursos que propago.
Talvez, eu me perca e tal perda gere caminhos novos e, dessa maneira, eu encontre o que não foi procurado. Quero achar o inimaginável;
Não grito! Meu grito é subjetivo e não pode ser ouvido por muitos. Os guetos bradam. Ouço!
Estão todos digladiando por uma mesma voz.
Que voz é essa?
Eu me calo! Mas ainda calado, eu afirmo.
Nada está em silêncio; nada está passivo.
Há conspiração nos poderes.
Quem tem poder?
O poder é um axioma!
Não há mais respostas para as indagações a serem feitas, por conseguinte, tudo é explicado com respostas provisórias e já respondidas.
Não é possível achar um lugar. O fixo é móvel. O são é doente. O leve é o agora.
As fronteiras se movem de acordo com os indivíduos. Procuram-se cidadãos!
Pedem identidade. O mundo complexo precisa de se apresentar.
Quem é você?
O que é você?
Filhos da diáspora não são registrados.
Passagem direta para o lugar-vazio. Lá é aqui e lá tem o que tem aqui. Indivíduos.
A ciência vive sob a égide da verdade e, consequentemente, mente, provisoriamente, mas, responde, rapidamente.
Há intelectuais, de estantes, escrevendo sobre o que nunca visitaram; o mundo.
O social é misantropo. A rede social é de mortos-vivos.
A morte é um axioma.
deus é Deus.
Cadê o milagre da escolha?
Quem assinou o contrato?
Quem quebrou o contrato?
Todos são vigiados, controlados, violentados. Calaram minha voz. Poder pelo poder e para o poder.
Tudo tem que ser fugaz.
O amor é comércio de corpos. O homem produz lixo humano.
Vende-se capitalismo. Compra-se o desejo. Esquece-se o desejado.
Todos são iguais, porém, quem parece com quem?
Há diversidade!
Levantem as mãos, o tempo rouba vidas.
O tempo é contado, aprisionado, dominado... 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, boooooooooommm
Big bang, a teoria.
Há vida dentro da vida. Micro, macro e forma.
A estrutura quebra, mas não verga.
Eu, um axioma!
Quantos escreveram esse texto?
Eus!
Tudo está esperando a condução para o movimento.
Prazer, eu estou aqui! Dispa-se, pundonor!
Aceita um cigarro? Mas é apenas um cigarro? Tem certeza que é apenas um cigarro? Afirma que é um cigarro, apenas?
Um mais um pode não ser dois.
A fórmula, o voo, o cogumelo, o fim... novos tempos. Fim de um período. Vida e morte.
Disciplina, não! Controle!
Nada e nem tudo consegue terminar o que começou.
Muita oferta, preços baixos e todos navegando. Ninguém afunda nesse mar.
Alguém é ninguém!
Somos quem?
Corra, corra, você tem que ser comprado pelo produto em promoção.
Oferta do dia: confusões discursivas.
Kd vc? Síntese.
Viva o espaço paraliterário!
O alienado de ontem é o moto-contínuo de hoje. Mais valia valeu ontem e vale hoje.
Incomodo-me, logo estou.
Sinto porque já sentiram.
Apresente-se para a nova sociedade que surgiu. Sou alto, forte, olhos azuis... colonizado com discurso de colonizador.
Tudo é aparente, tudo é já, tudo é.
Minha opinião e a sua contam muito. Cite e confirme.
A subjetividade foi violada. O pensar foi controlado. Pensar é limitado.
P.S. O autor desse texto acabou de morrer!
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Mário Paternostro.