Ainda e sempre, Mandela!
Apagou-se a luz.
Apagou-se a luz negra que iluminou uma nação. A luz negra que retirou da escuridão as piores mazelas de um povo e trouxe à tona o verdadeiro sentido de liberdade. O verdadeiro sentindo do verbo conviver. Conviver com o próximo, com o amigo ou inimigo, com a dor, com a prisão. Conviver com a segregação e, a partir dela, forjar e conviver com a liberdade.
Vinte e sete anos tomados de uma vida, Simplesmente porque o preto de sua pele e a contundência de seu discurso eram por demais perturbadores. Vinte e sete anos para não deixar pedra sobre pedra. Pedras tantas e tantas quebradas em sua reclusão, que, porém, nem comparam-se com a magnitude das imensas rochas implodidas fora dos muros da prisão.
O Seu legado de amor e dedicação à causa de seu oprimido povo perdurará até os fins dos tempos. Em todos os confins, em todos os mais recônditos cantos deste mundo segregado, a força imensurável daquele rosto brando e da sobriedade de seus exemplos, muito mais que meros discursos, ainda implodirá muitas e muitas pedras de discriminação.
E a nós, restará o exemplo de uma vida dedicada ao próximo, ao irmão, à nação. O exemplo inconfundível e inesquecível de um filho de uma terra que, através de seus atos e sua luta, tornou-se pai de toda uma nação. O melhor dos pais, que cuidou dedicadamente a cada um de seus oprimidos e sofridos filhos.
O exemplo vivo até os últimos segundos de fôlego, de como o mundo pode ser transformado, se em vez do ódio gratuito, o perdão brotar como pedra fundamental em todas as relações.
Madiba, teu povo chora, mas também canta e dança. O mundo te deve, ao menos, vinte e sete anos de silêncio!