O esoterismo dos gostos

O sol alcançou os vivos sob a terra em toda década.

Mas sua luminosidade não clareia os mortos sobre o chão abandonado no esquecimento das guerras contra si.

A cidade do silêncio embaixo da tortuosa movimentação dos andantes frenéticos trocou aviso emudecido nos debruçados.

Linhas íngremes em buracos aplainados de cada ponto fundo ou canto reto dividiu pranto.

O calor não queima as compras da vaidade.

Tudo que é divino tem uma espessura liminar.

Teria sido uma queda de carrossel no quintal da casa antiga em frente ao porão fétido um círculo acelerado, motivo qual que na lei física das coisas criou à ira maldosa na impaciência colhida.

É geométrico o compasso pressurizado das imagens, que em volta revela tudo em seu indispensável proveito e devido lugar, manietando o jeito na praticidade dos gostos.

São matemáticas as incursões feitas para cada momento vivido, que ruflaram asas ao som no mecanismo dos membros rudimentar, após essa beleza dar ouvidos a narciso no seu orgulho.

São seres: as plantas, os fenômenos, as mentes, até as sombras turvas que assustam como também assustados.

Ausentes dos raios tocantes que anuncia as batidas da respiração que só cromossomos tiveram.

Faces em fases se veem, e em segundos, crianças imaturas, inocentes do gesto verão.

Aproxima a primavera em minutos depois, detalhando adultos nas demonstrações maduras por histórias incutidas agora maiores.

Famílias em seu retrospecto nos anos em que era unida passam num cenógrafo de preto e branco na seleta televisiva da antiguidade social de 30.

90° graus de anos e temperatura já não são era da mesma saudade infantil no conservatório de roupas grandes e pequenas, finas.

Os parentes presentes mancham o que agora é tudo mais colorido.

O planeta roseou o cordel do pesadelo, o tilintar Tic-Tac.

A poeira discorre no ar quente em ondas do vento e a luz com um brilho mofado dispara cheiro de calamidade disfarçada.

Uma busca aferida pela sorte apelativa nos inanimados da força, nos cosmos do intuito de satisfazer à obtenção dos prazeres pelos olhos.

Morremos de mês em mês e não em anos de anos.

Dois mundos e entre eles um cenário, fraqueza e fortaleza.

Fraquezas que derrota o corpo a pé na entrega, recusando resistências.

Fortaleza que deita o cadáver na ordem do nascer, sendo levado a seguir o caminho no recomeçar do reencontro anteriormente adiado, retornando o corpo que não será mais entediado ao convívio do surgimento terreno, endividado na mortalidade semestral da sorte esotérica dos gostos.

Paulo Bezerra (Galícia) Espanha
Enviado por Paulo Bezerra (Galícia) Espanha em 27/12/2013
Reeditado em 29/05/2021
Código do texto: T4627536
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