UMA CARTA RASGADA ENCONTRADA NO CHÃO

Certo dia andava pela Avenida Beira-Mar, era quase 6h da manhã, o sol já nascia ao leste. Estava frio, andava distraído, fumando meu cigarro, uma mão em minha jaqueta, quando de repente tropecei no buraco da calçada, cai de cara em um pedaço de papel. Peguei-o, e nele estavam escritas as palavras que seguem abaixo:

Florianópolis, 27.12.2013

Oi tudo bem? Há quanto tempo eu não te escrevia em, no mínimo uns 8 anos.

Essa noite depois de muito tempo eu sonhei com você, no sonho você estava mal, tinha brigado com o seu marido e desabafa comigo.

Por isso acordei com a seguinte lembrança:

Quando eu te conheci tinha apenas 16 anos. Nunca esqueço aquele dia, 06 de outubro de 2003, era uma segunda-feira, eu estava com minha bicicleta subindo a rua da mata com o Roberto, quando escuto alguém me gritando, era a Priscila, ela me chamou e disse que você estava lá na casa dela e queria ficar comigo. Na hora nem tinha acreditado muito, meu amigo disse – “Vai lá” – Eu fui. Você estava com uniforme da sua escola, calça preta e camiseta de algodão, um roupa que jamais vou esquecer, porque muitos foram os dias que te esperei sair da escola para irmos embora juntos. Você ficava tão linda, sua beleza simples certamente contribui para que eu me apaixona-se por você.

Então chegando à casa da Priscila você estava lá com sua bicicleta Caloi encostada no pilar da garagem, não lembro como surgiu o primeiro beijo e nem o que conversamos na hora, eu só lembro que você subiu o degrau do partãozinho da casa da Priscila para ficar um pouco mais alta, e então nos beijamos.

É estranho, mais de dez anos depois, eu nunca experimentei novamente um beijo igual ao seu, igual ao nosso. Você estava com um chiclete na boca, disso eu lembro. Impressionante, recordando aqui eu consigo sentir o seu corpo e sua pele. Será que isso é algum tipo de obcessão minha? Tanto tempo depois eu ainda pensar em você. Volta e meia você ainda aparece nos meus sonhos.

Eu tenho vergonha de citar seu nome aqui nesse depoimento, porque eu tenho medo de que algumas pessoas possam ler, e descobrirem que eu ainda penso em você, isso realmente me causaria um grande constrangimento, porque certamente as pessoas pensariam que sou louco, apesar das pessoas já pensarem isso de mim de qualquer forma.

Pois bem, o fato é que depois desse dia 04 de outubro de 2003 minha vida nunca mais foi à mesma, você transformou-me em algo melhor, foi o primeiro amor, e por isso eu jamais vou te esquecer. Você é muito especial.

Obs. Eu ainda tenho guardado em uma caixa de sapatos todas as suas cartas.

Um beijo e fica com DEUS!

Brenner Vasconcelos Alves
Enviado por Brenner Vasconcelos Alves em 27/12/2013
Reeditado em 27/12/2013
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