SOMOS MARIA VAI COM AS OUTRAS?

Vivemos uma realidade que atropela, que dita regras supérfluas, que quer globalizar até nosso pensar. Todo mundo tem pressa e lá vamos nós a correr também, sem nos darmos conta que não temos pressa. Todo mundo mostra jeitos e trejeitos nas redes sociais e lá estamos nós a olhar, quando na realidade nem era ali que gostaríamos de estar. Todo mundo troca o olho no olho pelas curtidas no face e nós acabamos nos achando o último dos moicanos se não curtirmos também. Todo mundo canta "Piradinha", dança funk e, por pouco, não estamos também nós, ridiculamente, a fazer o mesmo, correndo o risco de dar um nó na coluna. Todo mundo sai das lojas faltando mãos para carregar tantas sacolas e lá vamos nós gastar o que pode nos faltar no próximo mês.

O consumismo e o modismo são como vírus que, se estivermos com a imunidade baixa, tomam conta da nossa mente e nos tornamos escravos deles. Nesta época de Natal e Ano Novo nosso cuidado deve ser redobrado. Senão nosso Natal vira um peru, acompanhado por iguarias finas, bebida a rodo e um Papai Noel com o saco dolorido, transbordando de presentes que, muitas vezes, nem fazem a felicidade de ninguém. No outro dia, ressacados, nos damos conta que só sobraram a barba do Papai Noel, os ossos do peru e que Jesus nem entrou na festa.

E no íntimo, nos sentimos mais felizes? Se a resposta for negativa, é hora de parar e repensar nossos valores. É hora de puxar o freio de mão e dizer "não" aos atos impensados que só fazem de nós massa de manobra. Porque, se não tivermos um pouco de bom senso, entramos na onda e somos tragados pelos modismos, pelos trejeitos, pelo palavreado, sem nos darmos conta que somos mais uma "Maria vai com as outras", fazendo exatamente o que os grupos econômicos querem que façamos. Pô! Não somos gado para sermos marcados a ferro e seguirmos quietinhos até o matadouro. Afinal, por algum motivo, somos seres racionais!