MUDOU O NATAL OU MUDEI EU?

Esse foi o segundo Natal que passei sozinho. Para mim, foi como outro dia qualquer. Não me senti nem um pouco melancólico nem falta da ceia. Fartei-me de miojo. Nem tive vontade de assistir a Roberto Carlos. Não recebi nenhum telefonema sequer. Esqueceram de mim, pode-se dizer.

Mas o primeiro, senti e nunca esqueci. Até hoje me lembro bem. Devia ter uns vinte e poucos anos. Fora até a capital, a serviço. Na véspera, de manhã, corri para a rodoviária, mas as passagens estavam todas esgotadas. A rodoviária era lá perto da Júlio Prestes. Havia o trem como alternativa. Só se for de pé, me informaram. Só de pensar que ainda teria que fazer a baldeação em Bauru, desisti. Procurei um hotel nas imediações.

Peguei o ônibus pela manhã de Natal. Que coisa monótona. Todos amaldiçoavam ter que passar aquele dia dentro do ônibus. E o motorista, ter que trabalhar ...

Cheguei em Promissão, onde residia, quase à noite. Naqueles tempos, descia em Lins e tomava outro ônibus e ia-se pela estrada de terra. O asfalto só anos depois.

Aliás, dentro de ônibus passei até um Ano Novo. Fato que a gente torce para que não se repita. Nunca mais.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 26/12/2013
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