A gente sabe, mas não devia.
Por Carlos Sena.

 
A gente sabe que a vida é finita, mas não devia; sabe que os amores são as dores compartilhadas, mas não devia; sabe que envelhecer é preciso, mas não devia; sabe que há imprecisão no que se sabe e que há sabedoria no que não alcançamos saber por absoluta falta: de amor ao próximo; do exercício do perdão; de excesso de egoísmo no coração; de compreensão da vida por ela mesma, sem “palmatória” na mão, sem o “relho” não mão, mas com o veredicto do coração... Mas, como saber do coração para medir o perdão? Como saber do perdão sem exercitá-lo? Como praticar o perdão com o egoísmo a tiracolo?
A gente sabe, mas não devia. Porque o dever da consciência nem sempre liberta. Porque o que liberta não está ao alcance da mão, mas no limite entre o céu e a terra, entre a razão e o coração...