Natal, noite de Natal

É noite de 24 de dezembro de 2013, celebra-se o Natal, no Brasil e no mundo, como em todas as casas da cidade de Marabá, Estado do Pará, a minha cidade. Marabá, a cidade, está lindamente decorada com os adornos desta época: muita luz, música natalina, alegria e pessoas por todos os lugares. Dão-se mensagens, cartões e presentes! Prepara-se a ceia. Renovam-se as esperanças. Vai-se às igrejas, às festas, às casas de parentes e amigos. É Natal!

É muito bom viver os dias de dezembro imediatamente anteriores e posteriores ao dia 25, até primeiro de janeiro. Gosto particularmente deste período do ano, pela inegável singularidade dos efeitos inebriantes que nos enlevam a todos, embora se saiba que não ficou biblicamente registrada a data do nascimento de Jesus, o Cristo de Deus. O Natal que hoje se celebra, bem o sabemos, é mera convenção, porque não se tem a data exata do nascimento de Cristo. Isso, todavia, são aspectos teológicos, bíblico-teológicos, que, dadas a sua natureza e a minha formação, prefiro deixar aos mais experimentados, com a formação específica, a saber, os teólogos.

Há na Bíblia, é claro, o registro do júbilo da multidão celestial, pelo nascimento de Jesus, multidão esta que louvava a Deus e dizia: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2.14). A ordem enfática, porém, dada pelo próprio Cristo e registrada na Bíblia foi que os discípulos celebrassem e, por conseguinte, nós, a cristandade, também celebremos, até que ele volte, a morte dele, Jesus. Ele disse, enfaticamente: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim” (1Coríntios 11.24). E os cristãos o fazem na celebração da santa da ceia.

Há nestes dias um renovar de esperanças, de projetos, de alegria, quando todos nós paramos para festejar, cada a um à sua maneira, segundo a sua fé. Sim, cada um à sua maneira, já não quero, há muito, discutir a fé, como não quero discutir muitas coisas. As pessoas são, quase sempre, muito arrogantes em matéria de fé, e eu, por convicção pessoal e formação maçônica, a cada dia mais procuro afastar-me da arrogância, do preconceito ou coisas que o valham. Quando muito, se me permitem, o que faço é tão somente compartilhar minhas convicções, sem proselitismo, com quem as pede.

É, contudo, muito triste e desanimador ver e viver a conotação comercial a cada ano mais exacerbada deste período, embora dizer isso seja lugar-comum ou coisa parecida. É bom dar e receber presentes, mas o Natal não pode jamais ser somente isso, resumindo-se ao aspecto material: tem que ser mais, muito mais, já que é celebrado a pretexto de comemorar o nascimento do filho de Deus entre os homens, para a salvação dos que creem. Dizer isso, reconheço, é mais uma vez entrar no discurso teológico, religioso, mas é impossível passar ao largo dessa discussão, ainda que superficialmente como ora a faço.

Concluamos, pois. É noite, e noite de ceia natalina, vivamos o Natal! Que cada pessoa tenha nesta noite e no dia de amanhã, mas também depois deles, a verdadeira paz, a paz de Cristo, com saúde, alegrias e felicidade, pois, muito além disso – como ele mesmo diz na sua Palavra (Mateus 6.33) –, as outras coisas serão acrescentadas. Feliz Natal a todos! Feliz Natal!...