Diário de Sonhos - #059: Minha Namorada Vodu
Sonhe que estava trabalhando no Metrô. Alguém veio me perguntando como fazia pra ir pro Sacomã. Era uma moça linda, e fiquei encantado com sua beleza. "Embarca sentido Jabaquara, desce em Paraíso e pega a linha verde sentido Vila Madalena. Desce na Consolação e pega a linha amarela". Ela agradeceu e foi embora. Aí eu percebi que tinha dado a informação errada e mandado ela pro outro lado da cidade. Corri atrás dela.
Agora estou dentro do trem. Eu e ela estamos sentados lado a lado, segurando as mãos. Somos namorados. Dizemos coisas românticas e nos beijamos.
Agora estou na plataforma de embarque de uma estação a céu aberto que parece a estação da Luz. Mas as placas dizem que estou em Sacomã. O trem está parado e há alguma confusão. Seguranças descem correndo procurando por alguém. Eles estão procurando a mim! Corro pelos vagões tentando encontrar minha namorada. Finalmente a encontro. Mas ela não é mais aquela moça linda. Agora ela é uma espécie de boneco de vodu preto e tamanho real. Ela é uma boneca toda preta que não faz qualquer movimento, mas fala comigo. E eu continuo apaixonado. Carrego-a nas costas e saio correndo escondido. Os guardas não me pegam.
Agora estou nos trilhos do trem, num lugar isolado que só tem mato e árvores. É um dia bem claro. Sigo a linha do trem. O terreno começa a descer no que parece ser uma gruta ou caverna. Passo por algumas casinhas de camponeses. A linha do trem termina num portal que dá acesso à caverna. A "entrada" é decorada com bichinhos e máquinas pequeninas que se movem rápida e desordenadamente no mesmo lugar. Lá dentro tem uma sala, uma área de lavar roupa, cozinha e quarto. Coloco minha namorada deitada na cama e sento ao seu lado. Aliso sua cabeça e ela diz que tivemos sorte. Ouço um barulho muito forte, como se fosse uma explosão. Minha namorada vodu levanta da cama e decidimos ir ver o que foi. Mas antes damos um beijo bem demorado (entenda por beijo eu lambendo o rosto de uma boneca vodu. Tenho que maneirar na bebida antes de ir dormir). Quando saímos lá fora, o céu está todo escuro, como se fosse o início de uma forte tempestade. Das nuvens surge uma criatura do tamanho do mundo. Ela é amorfa, como se fosse feita de gases. Negra, mais negra que a escuridão da noite. Ela tem traços humanoides, como pernas, braços e cabeça. No entanto ela não tem olhos e nem boca. Em sua barriga imagens do espaço surgem. Planetas, sóis, pulsares, constelações e quasares dançam loucamente. Saio correndo para dentro da caverna, abandonando minha namorada vodu à mercê da criatura humanoide. Corro para o quarto e me escondo debaixo do cobertor. Enquanto tremo de medo, penso no que eu sou. "COVARDE!"