Mais um natal
O que nasce em nossos corações todos os dias? É uma indagação que sempre fazia quando participava da pastoral da família, porque convivemos num mundo tão egoísta que as vezes esquecemos de lembrar que o período natalino também serve pra refletirmos sobre o que cultivamos em nossos corações. É pra isso que serve o advento, para esvaziar nosso coração das intempéries do cotidiano e deixar o espaço aberto para o amor se sentir acolhido em nós.
Ora, se falamos da celebração do nascimento de Jesus, está posto que ele deve está presente em nossas atitudes, porque em palavras não basta. Facil dizer “Feliz natal!” e o coração corroído pelas magoas, egoísmo e tantas coisas mais que contradizem o que o significado desta celebração.
Consumismo predominante enquanto milhares de pessoas sofrem por precisarem de tão pouco pra ter uma vida mais digna. Bem sei que os problemas sociais sempre existirão, mas as vezes podemos intervir nas situações que estão ao nosso alcance. Contudo, parece ser normal, natural, as dores alheias. Solidariedade humana é possível também em pequenos gestos, numa visita aos enfermos, numa palavra de conforto a um amigo, enfim, em pequenos gestos de amor, como o respeito a diversidade, por exemplo.
Muitas vezes nas reuniões natalinas, onde as mesas são fartas e o luxo das roupas e calçados preponderam, o aniversariante parece estar ausente e o encontro natalino acaba ficando um pouco sem sentido, porque as trocas de presentes lembram mais um Papai Noel que não existe, exceto pra quem tem dinheiro.
Portanto, penso que o natal deve ser celebração da vida com Jesus todos os dias em nossos corações, em nossas ações, na serenidade de nossas almas, no amor tão pregado por Cristo.
Logicamente, que amar ao próximo como a si mesmo, não é tarefa fácil, porque se fosse não haveria tanto desamor no mundo, mas o período natalino oportuniza a refletirmos se estamos aprendendo a amar. E se estamos buscando sabedoria pra sermos melhores, mais humanos.