Palavrinhas para 2014
Palavrinhas para 2014
Em algum lugar, (não especificado), os anos se reúnem e contam suas vantagens e desvantagens. 2013 emplacou alguns sucessos. 1822 se gaba de ter proclamado a independência. 1888 libertou os escravos. 1945 encerrou a Segunda Grande Guerra. Os anos se reúnem num salão, fumam charutos, sorvem licor e decantam seus feitos. E então, perguntam para o novo ano, no caso 2014: o que é que o senhor vai cantar para nós?
2014 pondera, está prestes a nascer, tantas expectativas, e tanta coisa atrás de si, que suas palavras saem um tanto hesitantes, ele gostaria de surfar numa oratória que levantasse a platéia, mas no último instante opta por um discurso temperado.
Com o peito nada estufado, desfere:
Autocensura é o aperitivo do charme.
Sou menos observador que os outros, mas posso compensar com astúcia e dissimulação.
Descobri que tudo passa na vida sob a forma de construção e todo local que demonstra rejeição prova que ali não existe harmonia.
Você prefere que eu diga hemiparesia nos músculos femurais anteriores ou simplesmente formigamento na coxa?
Oh, colega, abrir certas portas em seqüência cria um túnel de vento, pois, pior que o fim, é a aflição de não ver o fim.
Qualquer criança sabe disso. E é uma boa fase, essa, a dos primeiros movimentos.
Vejo esta particular infância como um vôo noturno, que nos leva a suspirar na visão das estrelas longínquas e a dar passos não calculados. É como, talvez, um daqueles títulos - de filmes, discos ou livros - que habitaram nossa pré-adolescência. Só a menção do título já incitava os corações à aventura.
Não vamos parar, abrandar, procrastinar, desviar, tervigersar, obnubilar ou negociar nenhuma meta nossa para compensar bobagens que venhamos a enfrentar.
Enfrentar para renascer.
Então será possível ver a criança desprovida do senso de dias ou meses, sucesso ou fracasso, amargura ou ilusão. Ela estará focada unicamente na questão fundamental: o bem está chegando.
E os brothers das alturas assim certificam: Quando se está conectado não se prolonga o mal, ao invés, potencializa-se o Bem.
Toda a natureza reconhece interiormente qualquer centelha de inspiração.
(Imagem: Vlado Pirsa, fotógrafo da Croácia)
Palavrinhas para 2014
Em algum lugar, (não especificado), os anos se reúnem e contam suas vantagens e desvantagens. 2013 emplacou alguns sucessos. 1822 se gaba de ter proclamado a independência. 1888 libertou os escravos. 1945 encerrou a Segunda Grande Guerra. Os anos se reúnem num salão, fumam charutos, sorvem licor e decantam seus feitos. E então, perguntam para o novo ano, no caso 2014: o que é que o senhor vai cantar para nós?
2014 pondera, está prestes a nascer, tantas expectativas, e tanta coisa atrás de si, que suas palavras saem um tanto hesitantes, ele gostaria de surfar numa oratória que levantasse a platéia, mas no último instante opta por um discurso temperado.
Com o peito nada estufado, desfere:
Autocensura é o aperitivo do charme.
Sou menos observador que os outros, mas posso compensar com astúcia e dissimulação.
Descobri que tudo passa na vida sob a forma de construção e todo local que demonstra rejeição prova que ali não existe harmonia.
Você prefere que eu diga hemiparesia nos músculos femurais anteriores ou simplesmente formigamento na coxa?
Oh, colega, abrir certas portas em seqüência cria um túnel de vento, pois, pior que o fim, é a aflição de não ver o fim.
Qualquer criança sabe disso. E é uma boa fase, essa, a dos primeiros movimentos.
Vejo esta particular infância como um vôo noturno, que nos leva a suspirar na visão das estrelas longínquas e a dar passos não calculados. É como, talvez, um daqueles títulos - de filmes, discos ou livros - que habitaram nossa pré-adolescência. Só a menção do título já incitava os corações à aventura.
Não vamos parar, abrandar, procrastinar, desviar, tervigersar, obnubilar ou negociar nenhuma meta nossa para compensar bobagens que venhamos a enfrentar.
Enfrentar para renascer.
Então será possível ver a criança desprovida do senso de dias ou meses, sucesso ou fracasso, amargura ou ilusão. Ela estará focada unicamente na questão fundamental: o bem está chegando.
E os brothers das alturas assim certificam: Quando se está conectado não se prolonga o mal, ao invés, potencializa-se o Bem.
Toda a natureza reconhece interiormente qualquer centelha de inspiração.
(Imagem: Vlado Pirsa, fotógrafo da Croácia)